CSN decide paralisar alto-forno em usina no RJ
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A CSN anunciou nesta sexta-feira paralisação de alto-forno 2 de sua usina em Volta Redonda (RJ), cumprindo expectativa informada há duas semanas pelo presidente-executivo da companhia, Benjamin Steinbruch, diante da fraca demanda de aço no país exacerbada pela epidemia de Covid-19.
A companhia não informou por quanto tempo o equipamento será paralisado, mas executivos da companhia mencionaram em 15 de maio que a empresa tinha acumulado até então aço suficiente para uma parada até o final do ano.
O alto-forno 2 tem capacidade de 1,5 milhão de toneladas de ferro gusa por ano. Com a parada, a CSN ficará apenas com o alto-forno 3 em operação, de 3,35 milhões de toneladas e responsável por 75% da capacidade total da usina.
"Demanda interna caiu 50% no segundo trimestre e deve cair no ano 20%", afirmou a fonte, citando expectativas do mercado informadas mais cedo neste ano pelo Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as siderúrgicas nacionais.
"Estima-se uma recuperação do mercado no terceiro e no quarto trimestres, o que poderia permitir o religamento no fim do ano, mas hoje é difícil ver isso e pode ficar para o ano que vem", acrescentou.
Com a parada, a CSN é a última das grandes usinas nacionais a anunciar paralisação de equipamento de produção de aço bruto, após Usiminas, Gerdau e ArcelorMittal anunciarem abafamento de parte de seus fornos entre o final do primeiro trimestre e no início deste.
A CSN não informou quantos trabalhadores são afetados pela decisão, mas a fonte afirmou que o alto-forno 2 "tem cerca 2 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente". Outra fonte próxima da companhia afirmou sem confirmar números que os funcionários "serão realocados em outras funções internas. Não haverá demissões no momento".
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