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Ministério da Justiça determina que PF investigue vazamento de dados de Bolsonaro

02/06/2020 11h24

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou nesta terça-feira que determinou à Polícia Federal que investigue a divulgação por hackers de dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro, de seus filhos e de outras autoridades.

"As investigações devem apurar crimes previstos no Código Penal, na Lei de Segurança Nacional e na Lei das Organizações Criminosas", afirmou o ministro, cuja pasta tem a PF como subordinada, em publicação no Twitter.

Hackers divulgaram na internet na noite de segunda-feira o que seriam dados pessoais de Jair Bolsonaro, de seus filhos e de aliados, em uma ação reivindicada pelo grupo Anonymous.

As informações não estavam mais disponíveis na manhã desta terça nos sites usados para a divulgação de CPFs, números de telefone e dados financeiros. Embora não fosse possível afirmar que os dados eram autênticos, as próprias pessoas atingidas confirmaram ter sofrido vazamentos.

"Em clara medida de intimidação, o movimento hacktivista 'Anonymous Brasil' divulgou, em conta do Twitter, dados do Presidente da República e familiares. Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes não passem impunes", disse Bolsonaro em publicação em sua página oficial no Facebook.

Além de Bolsonaro, os vazamentos também atingiram o vereador no Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filhos do presidente.

Aliados de Bolsonaro, como o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, e os ministros Abraham Weintraub (Educação) e Damares Alves (Direitos Humanos) também tiveram supostos dados pessoais expostos.

Em publicação no Twitter, Carlos Bolsonaro disse que a divulgação foi uma tentativa de intimidação e afirmou que adotará medidas legais contra os responsáveis.

"A turma 'pró-democracia' vazou meus dados pessoais e de outros na internet. Após vermos violações do direito à livre expressão, agora ferem a privacidade. Sob a desculpa de 'combater o mal', justificam seus crimes e fazem justamente aquilo que nos acusam, mas nunca provam!", escreveu o vereador, em uma referência a protestos no fim de semana críticos ao governo Bolsonaro e a favor da democracia.

"Uma clara tentativa de intimidação diante do momento que o Brasil e o mundo vivem. Medidas legais estão em andamento para que tais movimentos não passem impunes!".

Eduardo Bolsonaro afirmou, também no Twitter, que a exemplo do irmão Flávio, também iria à PF "fazer meu registro e ficar à disposição para colaborar contra mais este ato criminoso contra nossa privacidade a fim de nos intimidar".

(Por Eduardo Simões)