IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Gol dispara após acordo com pilotos e comissários; Azul sobe

05/06/2020 11h07

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - As ações de companhias aéreas disparavam nesta sexta-feira, entre as maiores altas do Ibovespa, tendo de pano de fundo acordo da Gol com pilotos e comissários para flexibilizar jornada e salários até 2021.

Em nota na noite de quinta-feira, a Gol disse que o acordo coletivo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) abrange 926 comandantes, 964 copilotos e 3.262 comissários de bordo da companhia e ajudará a preservar empregos e o caixa da empresa.

"Esse panorama desafiador nos faz retornar aos nossos primeiros anos de operação como uma companhia aérea integral de custo e tarifa reduzidos", afirmou o vice-presidente de Operações da Gol, Celso Ferrer.

Os acordos coletivos de trabalho aprovados compreendem um período de 18 meses, com início em 1º de julho. Segundo o SNA, a contrapartida é a garantia de emprego, ficando vedada qualquer demissão sem justa causa durante o período de vigência dos acordos.

A Gol afirmou em nota que a medida pode se tornar uma referência para outras empresas do setor.

"A companhia está enfrentando um período bastante complicado, com queda expressiva da demanda", afirmaram analistas da Guide Investimentos, ressaltando que tal flexibilização pode resultar em redução de despesas.

Por volta de 11:00 as preferenciais da Gol subiam 6,4%, enquanto as da Azul tinham alta de 7,65%. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 2,6%.

A Gol também reportou mais cedo alta de 5% na demanda por voos domésticos em maio em relação a abril, embora na comparação ano a ano a procura ainda mostra um tombo de 92,7%, em resultado afetado pela pandemia de Covid-19.

Após fortes quedas no começo do ano, as ações de companhias aéreas têm mostrado recuperação com alívio nas restrições de circulação em várias regiões no mundo, além da queda recente do dólar em relação ao real.

No segundo trimestre, a Gol acumula alta de cerca de 60% e a Azul sobe em torno de 17%. No ano, porém, os papéis ainda contabilizam perdas ao redor de 50% e 65%, respectivamente.