OMS reitera alerta contra flexibilização de isolamento sem queda em novos casos de Covid-19
Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou nesta sexta-feira alerta contra o afrouxamento das medidas de distanciamento social determinadas para conter o avanço do coronavírus sem que haja uma comprovada redução no número de novos casos da doença, em resposta a questionamento sobre recentes reaberturas de negócios e atividades no Brasil.
"Como já dissemos anteriormente, existem seis grandes critérios que estabelecemos para afrouxar as quarententas, e um deles é idealmente ter a transmissão em queda", disse a porta-voz da OMS Margaret Harris quando questionada se a decisão de reabrir negócios no Brasil ocorre no momento certo, uma vez que o país tem registrado aumentos seguidos nos números de novas vítimas fatais da Covid-19.
A porta-voz acrescentou que, além da redução do ritmo de contágio, também deveriam ser levados em conta critérios como capacidade de testagem e de identificação de contatos de pessoas contaminadas, assim como a preparação dos sistemas de saúde para tratamento de doentes.
O Brasil registrou na quinta-feira mais 1.473 mortes por coronavírus em 24 horas, elevando o total para mais de 34 mil e levando o país a ultrapassar a Itália e se tornar o terceiro do mundo com maior número de vítimas fatais em decorrência da Covid-19.
O país é o segundo do mundo em número de casos, com quase 615 mil infeccções confirmadas pelo Ministério da Saúde, atrás apenas dos Estados Unidos, mas tem neste momento a maior taxa de aceleração da doença no mundo, uma vez que quase diariamente registra mais casos e mortes do que os EUA.
Apesar disso, diversos governos municipais e estaduais têm anunciado planos para afrouxar as medidas de distanciamento social no Brasil diante da pressão econômica provocada pela paralisação das atividades, o que levou especialistas alertarem para o risco de um agravamento da situação. [nL1N2DG1OM]
A porta-voz da OMS também reiterou que a situação da Covid-19 na América Latina é "profundamente preocupante".
(Texto de Pedro Fonseca; Edição e Alexandre Caverni)
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