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EXCLUSIVO-Alemanha busca dívida adicional de até 50 bi de euros para estímulo, diz fonte

10/06/2020 10h06

Por Michael Nienaber e Holger Hansen

BERLIM (Reuters) - O ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, está considerando tomar emprestado mais 50 bilhões de euros para financiar o pacote de estímulos de Berlim, disse à Reuters uma autoridade sênior com conhecimento das discussões.

O plano de assumir mais dívidas reforça a forte mudança fiscal da Alemanha de ex-campeão da austeridade da Europa para um dos maiores gastadores nos esforços da zona do euro para combater o impacto econômico da pandemia de coronavírus.

O gabinete da chanceler Angela Merkel planeja aprovar um segundo orçamento suplementar em 17 de junho para financiar medidas a fim de apoiar a maior economia da Europa, disse o funcionário, que falou sob condição de anonimato.

Outra autoridade com conhecimento dos planos orçamentários também disse que o gabinete quer aprovar o orçamento extra na próxima quarta-feira, acrescentando que o Ministério das Finanças está procurando emitir mais dívida do que o valor inicialmente previsto de 25-30 bilhões de euros.

Ambas as fontes disseram que o Ministério das Finanças esperava um amortecimento financeiro maior para poder reagir melhor a eventos inesperados na segunda metade do ano.

Os empréstimos adicionais de até 50 bilhões de euros vão se somar ao orçamento suplementar no valor de 156 bilhões de euros de Berlim, financiado por dívida e acordado em março.

Isso significa que os novos empréstimos líquidos totais do governo podem atingir mais de 200 bilhões de euros este ano, o equivalente a aproximadamente 6% da produção econômica da Alemanha.

Além disso, em março, o governo emitiu autorização de dívida de até 100 bilhões de euros para seu fundo de estabilidade econômica que pode assumir participação direta em empresas e até 100 bilhões de euros em créditos adicionais ao banco público de desenvolvimento KfW para empréstimos a empresas em dificuldades.

Um porta-voz do Ministério das Finanças se recusou a comentar o valor exato da dívida adicional.

(Reportagem de Holger Hansen e Michael Nienaber)