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Ibovespa perde fôlego e recua com piora externa antes do Fed

10/06/2020 11h36

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava piora nesta quarta-feira, acompanhando o ajuste negativo em praças acionárias no exterior, em sessão marcada por decisão de política monetária nos Estados Unidos.

A B3 também estará fechada na quinta-feira, uma vez que não alterou seu calendário original, mesmo após antecipação do feriado de Corpus Christi para abril em São Paulo, o que corrobora alguma cautela.

Às 11:30, o Ibovespa caía 1,48%, a 95.310,63 pontos. Mais cedo, chegou a subir a 97.645,85 pontos. O volume financeiro era de 8,9 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa caiu 0,9%, quebrando uma sequência de sete pregões de alta, que abriu espaço para realização de lucros, em meio à euforia nos mercados com a reabertura de economias em um cenário de elevada liquidez global.

Nos EUA, o Federal Reserve finaliza sua reunião de política monetária nesta quarta-feira, com as atenções passando de sua forte resposta à pandemia para planos ainda em desenvolvimento para fortalecer e alongar a recuperação econômica.

"Os agentes não esperam mudança da taxa no atual intervalo entre 0,00% e 0,25% pelo órgão norte-americano, mas estarão monitorando as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, após a decisão e a divulgação do comunicado pelo comitê", afirmou a BB Investimentos, em nota a clientes.

Ainda no exterior, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou nesta quarta-feira que uma contração de 6% da economia em 2020, que pode chegar a 7,6% se houver um segundo surto de coronavírus.

Também no radar está a liberação pela prefeitura de São Paulo para a reabertura de comércios de rua e imobiliárias na nova fase da retomada econômica. Há também expectativa de que a reabertura de shopping centers seja autorizada.

DESTAQUES

- AZUL PN e GOL PN recuavam 7,5% e 7,4%, respectivamente, após forte valorização recente, que foi apoiada nas expectativas otimistas para a reabertura de economias, além da queda do dólar em relação ao real. Até a véspera, os papéis da Azul acumulavam em junho alta de 80% e os da Gol, 86%. No setor de viagens, CVC BRASIL ON caía 4,4%, após acumular valorização de 67% no mês até a terça-feira.

- EMBRAER ON perdia 7%, no segundo pregão consecutivo de queda, após avançar mais de 50% em uma série de sete pregões de alta até a segunda-feira.

- VALE ON perdia 2%, após queda dos preços do minério de ferro na China, em meio a um aumento nos embarques de mineradoras para o país, embora incertezas quanto à oferta ainda estejam no radar devido à pandemia de coronavírus.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON cediam 2,95% e 3,1%, respectivamente, na esteira do declínio dos preços do petróleo no exterior, após dados mostrarem aumento nos estoques nos EUA, o que reviveu preocupações com o excesso de oferta e a demanda fraca devido à crise do coronavírus.

- ITAÚ UNIBANCO PN caía 2,9%, em sessão de forte correção negativa no setor de bancos, na esteira da realização generalizada na bolsa paulista. BRADESCO PN recuava 3%.

- BRASKEM PNA avançava 1%, após renovar por mais cinco anos contratos de fornecimento de nafta petroquímica pela Petrobras para unidades da companhia na Bahia e no Rio Grande do Sul. Os contratos preveem preços de 100% da cotação da nafta no Noroeste da Europa (ARA).

- VIA VAREJO ON subia 0,8%. Além da liberação ao comércio na maior cidade brasileira, estrategistas do Itaú BBA adicionaram a ação em sua lista 'TOP 5', destacando a exposição à retomada do consumo doméstico, notável agilidade no processo de transformação digital e valuation descontado em comparação aos pares. Ao mesmo tempo, o Itaú BBA excluiu da carteira MAGAZINE LUIZA ON, que caía 1,3%.

- RD ON avançava 2,3%, entre as maiores altas, também tendo de pano de fundo o alívio nas medidas de restrição de circulação em São Paulo.