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Bolsonaro renova mobilização de militares para conter desmatamento na Amazônia

11/06/2020 14h42

BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro renovou por 30 dias um decreto presidencial que permite a mobilização das Forças Armadas para combater o crescente desmatamento na Amazônia e proteger a maior floresta tropical do mundo.

A renovação, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite de quarta-feira e concede aos militares autoridade sobre as agências ambientais na Amazônia.

O Brasil enviou milhares de soldados para resguardar a floresta tropical um mês atrás, com o governo preparando uma reação antecipada ao aumento do desmatamento esperado antes da chegada da alta temporada de incêndios florestais.

A destruição da floresta tropical, que absorve vastas quantidades de gases de efeito estufa e é vital para desacelerar o aquecimento climático, ganhou força desde que Bolsonaro assumiu no ano passado prometendo relaxar regulações ambientais para permitir o desenvolvimento econômico da região amazônica como forma de reduzir a pobreza.

Ainda em 2019, Bolsonaro esperou até agosto para enviar tropas à Amazônia após uma revolta internacional em torno de uma onda de incêndios na região.

Os incêndios florestais são frequentes na estação seca, e grileiros os usam muito como maneira rápida de abrir espaço na floresta.

Ambientalistas e cientistas alegam que as políticas de Bolsonaro encorajam madeireiros, fazendeiros e especuladores imobiliários clandestinos a derrubarem a floresta.

O desmatamento da floresta tropical amazônica no ano passado foi ainda pior do que informado anteriormente, de acordo com dados do governo revisados e divulgados na terça-feira.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 10.129 quilômetros quadrados de desmatamento no período anual de referência de agosto de 2018 a julho de 2019.

Isso significa uma área do tamanho aproximado do Líbano e um aumento de 34,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados de 2019 continuam apontando o maior nível de desmatamento visto na Amazônia brasileira desde 2008.

(Por Anthony Boadle)