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BNDESPar contrata assessor para buscar venda de fatia na AES Tietê

16/06/2020 11h10

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O BNDESPar, braço de participações do BNDES, informou nesta terça-feira que contratou um assessor financeiro para buscar no mercado de capitais potenciais interessados na aquisição de sua participação acionária na elétrica AES Tietê .

O movimento do banco estatal, dono de 28,4% da AES Tietê, vem após uma oferta hostil da Eneva para combinação de negócios com a empresa de energia, que é controlada pela norte-americana AES, ter sido rejeitada em abril.

A proposta da Eneva, que tem como maiores acionistas o BTG Pactual e a Cambuhy Investimentos, envolveria pagamento total de 6,6 bilhões de reais aos atuais sócios da AES Tietê, sendo 2,75 bilhões de reais em dinheiro e o restante em ações.

As avaliações sobre a possível venda da fatia do BNDESPar na AES Tietê serão agora conduzidas pela BR Partners, contratada após processo seletivo, disse o banco estatal em carta.

A manifestação do BNDESPar veio após questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sequência de reportagem na imprensa sobre a contratação do assessor financeiro.

O BNDES disse que os trabalhos da BR Partners incluirão uma avaliação econômica independente da AES Tietê e amplo estudo de potenciais estruturas de operações, "incluindo possibilidade de um M&A (fusões e aquisições, na sigla em inglês)".

A oferta da Eneva para combinação de negócios com a elétrica da AES no Brasil foi rejeitada pelo conselho de administração da empresa, que entendeu que o negócio subavaliava o valor da companhia e não se encaixaria em sua estratégia, que foca em renováveis.

O BNDESPar chegou a defender que a proposta fosse levada para apreciação em assembleia de acionistas da AES Tietê, mas a Eneva decidiu encerrar as negociações em meio às polêmicas geradas em torno da potencial transação.

O braço de participações do BNDES disse ainda que a contratação da consultoria não significa que já exista decisão sobre a venda das ações na AES Tietê.

"A BNDESPar mantém a prerrogativa de aceitar ou rejeitar", afirmou, sobre eventual proposta pelo ativo.