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Dividida, UE busca acordo sobre estímulo contra coronavírus

19/06/2020 08h39

Por Anthony Deutsch e Gabriela Baczynska

BRUXELAS (Reuters) - Os líderes da União Europeia iniciaram o processo de aprovação de um pacote de estímulo sem precedentes para suas economias devastadas pelo coronavírus nesta sexta-feira, cientes da necessidade de fornecer ajuda rapidamente, mas ainda divididos sobre seu tamanho e termos finais.

Os 27 dirigentes nacionais iniciaram uma videoconferência nesta sexta-feira para discutir a recuperação do bloco, que perdeu mais de 100 mil vidas para a Covid-19 e enfrenta uma crise econômica sem precedentes que ameaça sua estabilidade e posição global.

"É uma crise sem precedentes que teve um enorme impacto -- econômico, social e também na viabilidade da UE", afirmou um diplomata da UE. "Para mostrar que a Europa protege, não podemos demorar mais, pois os atrasos só tornarão as coisas mais difíceis e mais caras."

Está em discussão o próximo Orçamento da UE, de cerca de 1 trilhão de euros para 2021 a 2027, e um fundo de recuperação anexo de uma proposta da Comissão da UE de 750 bilhões de euros.

"Juntos ... formam um grande estímulo. Não só ajuda as economias dos países mais afetados pelo vírus. Também ajuda os países cujas economias foram duramente afetadas indiretamente por causa dos bloqueios", disse a chefe da comissão, Ursula von der Leyen.

A ajuda deve ser desembolsada principalmente para os países mais atingidos, como Itália e Espanha, mas muitas diferenças ainda precisam ser resolvidas antes do acordo unânime necessário. Autoridades e diplomatas esperam que um acordo seja fechado em julho.

Enquanto o sul da Europa, já altamente endividado, pede subsídios sem muitas condições, o norte quer que o fundo tenha apenas empréstimos condicionais.

Suécia, Dinamarca, Áustria e Holanda, os países chamados de "quatro austeros", também acreditam que o fundo de recuperação proposto é muito grande e a alocação do dinheiro não está suficientemente ligada à pandemia.