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Opep tem reunião com Brasil em meio a consultas a produtores "chave" de petróleo

22/06/2020 16h12

SÃO PAULO (Reuters) - O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammad Barkindo, teve nesta segunda-feira uma videoconferência com o ministro de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, para discussões sobre o mercado de energia.

A reunião bilateral foi a mais recente de uma série de encontros para discussões com países produtores de petróleo considerados "chave" e que não fazem parte do grupo, segundo publicações da Opep no Twitter.

"Os países discutiram os últimos acontecimentos dos mercados de petróleo... Barkindo também ressaltou o significativo papel do Brasil como um dos mais prolíficos fornecedores de energia da América do Sul", escreveu a Opep ao relatar as conversas.

O secretário-geral ainda convidou Albuquerque a participar de plataformas de cooperação multilateral do grupo e a comparecer a um seminário internacional da Opep em Viena em junho de 2021, segundo o Twitter da Opep.

Em nota, o Ministério de Minas e Energia confirmou o convite de Barkindo para participação do ministro no 8º Seminário Internacional da Opep, afirmando que Albuquerque se comprometeu a fazer o possível para estar presente no evento.

Em abril, o ministro chegou a participar de uma reunião virtual de países do G20 sobre o mercado de petróleo, após convite da Arábia Saudita, que sondou o interesse do país em participar de esforços liderados pela Opep para redução da oferta global.

O Brasil, no entanto, disse na ocasião que não poderia contribuir com acordos da Opep devido a questões legais, que impedem que o governo influencie o nível de produção das empresas do setor.

Segundo o ministério, Albuquerque ressaltou na videoconferência desta segunda que as exportações de petróleo representam item essencial para a balança comercial brasileira e que a Petrobras é guiada por sua estratégia de negócios, sem interferência governamental.

Ainda de acordo com a pasta, o ministro destacou a importância da manutenção dos níveis de produção "onshore" e "offshore" no Brasil e a necessidade de investimentos em novos campos.

A Opep está envolvida atualmente em cortes recordes de cerca de 10% da oferta global de petróleo, em acordo fechado entre membros da entidade e aliados, incluindo a Rússia, que formam o grupo conhecido como Opep+.

(Por Luciano Costa)