CMN fixa meta de inflação de 2023 em 3,25%, com margem de 1,5 p.p.
Por Gabriel Ponte
BRASÍLIA (Reuters) - O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu nesta quinta-feira em 3,25% a meta de inflação para 2023 pelo IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
As metas para 2021 e 2022 seguem em 3,75% e 3,50%, respectivamente. Para 2020, o objetivo de inflação estabelecido pelo CMN é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
"A crise causada pela pandemia da Covid-19 afeta a economia brasileira por diversos canais com um resultado líquido sobre os preços altamente desinflacionário, de forma que uma redução da meta para 2023 não implica custos adicionais aos já provocados pela pandemia", disse texto divulgado pela assessoria de imprensa do Ministério da Economia.
Ainda de acordo com o texto, apesar da deterioração das contas públicas, a aprovação de reformas econômicas, bem como a determinação em continuar com o equilíbrio fiscal, passando pelo teto de gastos, "criam um ambiente de expectativas de controle de gastos que minimiza os riscos sobre a inflação".
Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), afirmou enxergar de forma positiva a decisão cautelosa do CMN nesta quinta quando à meta para 2023.
"O Banco Central deve ser cauteloso, não deve ousar, por definição, principalmente em um momento como este, no qual a gente está em uma crise muito grande", complementou ele, prevendo nova redução de 25 pontos-base na meta no ano que vem.
Já Joaquim Kokudai, gestor na JPP Capital, acredita que o CMN perdeu uma oportunidade de ousar com uma meta menor, em linha com as de pares emergentes. "Acho que foi uma chance perdida de aproximar a meta de inflação no Brasil à de emergentes mais organizados, na casa de 3%."
No entanto, ele diz acreditar que a decisão de não reduzir a meta de inflação para 3% não atrapalhará a dinâmica do mercado. Em outro ponto, Kokudai pondera que o CMN poderia ter reduzido a banda de tolerância para 1,25 ponto percentual. "Mas poderiam ter mexido mais até na meta do que no intervalo", destacou.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado pelo Banco Central (BC) na manhã desta quinta-feira, a autoridade monetária projetou inflação abaixo do centro da meta para este ano e 2021, ao mesmo tempo que reiterou ver espaço para redução apenas residual dos juros.
No entanto, em coletiva de imprensa, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, reiterou que a mensagem da autoridade monetária não é de "forma alguma" que a meta de inflação esteja sendo abandonada ou sendo olhada de uma forma diferente.
Nos quatro cenários colocados pelo BC no RTI, suas contas para a inflação em 2020 ficaram abaixo do piso da meta, variando de 1,9% a 2,4%. Para 2021, os cálculos da autoridade monetária para o IPCA variaram de 3% a 3,2%.
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