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Exportador de soja do Brasil não pode prometer cargas livres de coronavírus à China, diz Anec

25/06/2020 18h14

Por Ana Mano

(Reuters) - Os exportadores brasileiros de soja não devem dar à China as garantias que foram solicitadas por autoridades alfandegárias do país asiático de que as cargas estejam livres do novo coronavírus, pois isso exigiria testes mais amplos, afirmou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) nesta quinta-feira.

A resposta dos exportadores ao pedido chinês enfatizará que não há evidências de que o coronavírus possa ser transmitido por alimentos, disse Marcos Amorim, diretor do comitê de contratos da Anec, durante um webinar.

Os membros da Anec incluem a maioria dos principais comerciantes de commodities agrícolas do mundo.

A China é a maior importadora global de soja, com compras estimadas em 94 milhões de toneladas em 2019/20, a maior parte do Brasil e Estados Unidos.

"A Anec está preparando uma carta para os associados responderem (aos chineses) de maneira igual. De preferência, a gente gostaria que a declaração... não fosse assinada (pelos exportadores brasileiros)", disse Amorim.

Segundo ele, o pedido do país asiático inclui "coisas complicadas", como por exemplo "dizer que a carga está livre de Covid".

"A gente não pode declarar isso sem que a carga seja testada. E também declarar que as leis chinesas estão sendo respeitadas. O exportador brasileiro não pode declarar isso porque ele não conhece (as leis chinesas). Mesmos as maiores empresas, elas não conhecem."