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Queiroz presta depoimento nesta 2ª em inquérito sobre vazamento de operação da PF

29/06/2020 11h55

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), vai prestar depoimento nesta segunda-feira no âmbito das investigações sobre suposto vazamento da operação Furna da Onça, da Polícia Federal, informou a defesa de Queiroz.

Ele falará à PF após a corporação decidir reabrir investigação depois de acusação feita pelo empresário Paulo Marinho de que houve vazamento da operação no fim de 2018 e que o grupo ligado à família do presidente Jair Bolsonaro sabia que haveria uma operação.

A defesa de Queiroz e a PF não informaram o local do depoimento, mas fontes com conhecimento do assunto disseram que Queiroz será ouvido em videoconferência.

Na operação Furna da Onça surgiram relatórios do extinto Coaf, que apontaram movimentações financeiras atípicas nas contas de pessoas ligadas a cerca de 25 parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entre eles Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente e que foi deputado estadual antes de assumir uma cadeira no Senado.

Os relatórios apontaram que entre 2016 e 2017 passaram aproximadamente 1,2 milhão de reais nas contas bancárias de Fabrício Queiroz. A suspeita é de que os recursos tenham como origem um esquema de apropriação e desvio de salários de funcionários do gabinete, conhecido como rachadinha.

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro está preso desde a semana retrasada no complexo de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, no âmbito de outro inquérito, do Ministério Público estadual do Rio, que investiga a suspeita de rachadinha em gabinetes da Assembleia Legislativa fluminense.

Ele foi detido em Atibaia, interior de São Paulo, numa casa que pertence a Frederick Wassef, advogado que defendia Flávio neste inquérito e que também já representou o presidente Jair Bolsonaro.

Após notícias veiculadas na imprensa de que Queiroz estaria negociando um acordo de delação premiada com o MP fluminense, o advogado que representa o ex-assessor negou essa informação.

"A defesa de Fabrício Queiroz esclarece que o que vem sendo noticiado a respeito de celebração de colaboração premiada não corresponde à verdade. O escritório encarregado da defesa não atua --e jamais atuou-- na celebração de acordos de colaboração premiada", disse em nota o advogado Paulo Catta Preta.