Bancos espanhois querem tornar permanente fechamento de agências após pandemia
Por Jesús Aguado
MADRI (Reuters) - O setor bancário da Espanha está aproveitando a oportunidade criada pelo fechamento de agências gerado por medidas de isolamento social para encolher sua rede de agências e ampliar lucratividade. Até agora, quatro bancos planejam pelo menos 800 fechamentos de agências neste ano.
Apesar de significativos fechamentos desde a crise financeira de 2008 e de mais de 2 mil cortes na base no ano passado, a rede de agências bancárias da Espanha conta com 24 mil pontos de atendimento o que produz um dos maiores índices per capita do mundo, segundo dados do Fundo Monetário Internacional, atrás de San Marino, Mongólia e Luxemburgo.
"Muitos clientes, inclusive os mais velhos, descobriram que podem fazer as coisas online. Não tenho certeza que eles vão voltar a fazer as coisas da mesma forma como antes", disse Nick Hill, diretor na agência de classificação de risco Moody's. Bankia e Sabadell planejam não reabrir algumas das agências fechadas durante a quarentena imposta na Espanha, afirmam fontes. Sabadell e Bankia estão fechando 235 e 140 agências este ano, respectivamente, enquanto o Unicaja vai reduzir sua rede em 100 pontos de atendimento nos próximos três anos. Oscar Arce, diretor no Banco da Espanha, afirmou nesta semana que cabe a cada banco decidir sobre suas redes de agências e que "há elementos nas redes de cada banco que não são lucrativos". A consultoria financeira Kearney acredita que os bancos espanhóis precisam reduzir custos entre 2 bilhões e 3 bilhões de euros no médio prazo para melhorar a lucratividade e fechamentos de agências são provavelmente parte central disso.
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