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S&P corta previsões para mercados emergentes e alerta para cicatrizes permanentes

13/07/2020 12h02

Por Marc Jones

(Reuters) - A agência de classificação de risco S&P Global cortou as previsões para as economias de mercados emergentes nesta segunda-feira, passando a ver contração média de 4,7% neste ano devido ao coronavírus, e alertou que todos os países também ficariam com cicatrizes permanentes.

A agência informou que as revisões para baixo na expectativa para o PIB refletem principalmente a piora da pandemia global em muitos mercados emergentes e um impacto mais acentuado no comércio exterior em comparação ao último conjunto de expectativas divulgado em abril, que trouxe estimativa de retração de 1,8%.

"Projetamos que o PIB médio dos mercados emergentes (excluindo a China) caia 4,7% neste ano e cresça 5,9% em 2021. Os riscos permanecem sobretudo do lado negativo e atrelados à evolução da pandemia", afirmou a S&P.

A agência acrescentou que haverá perdas permanentes de produção para todos os mercados emergentes, com diferença em relação à trajetória do PIB pré-Covid de até 11% na Índia, 6% a 7% na maior parte da América Latina e África do Sul, 3% a 4% na maior parte da Europa emergente e 2% na Malásia e Indonésia.

De um total de quase 1.800 ações negativas sobre rating --rebaixamentos ou cortes nas perspectivas para as notas de crédito-- feitas pela S&P entre janeiro e junho, 420 ocorreram em mercados emergentes.

As previsões para a América Latina sofreram o maior corte. A região deve sofrer queda de 7,4% no PIB neste ano, incluindo declínio de 7% na maior economia da região, o Brasil. A América Latina tem visto quase 70% de seus ratings de crédito impactados pelo vírus e também deve contabilizar uma das mais fracas recuperações no próximo ano.

Na Ásia, a economia da Índia deve contrair 5% neste ano fiscal, que começou em 1º de abril, devido a dificuldades em conter o vírus, a uma anêmica resposta política e a vulnerabilidades subjacentes, especialmente em todo o setor financeiro.

A China, por outro lado, ainda deve registrar modesto crescimento de 1,2% neste ano e expansão robusta de 7% no próximo, com a economia apoiada por fortes gastos com estímulos, resiliência na manufatura de eletrônicos e gradual recuperação nas indústrias de serviços.