Empresas cortando custos em meio à pandemia impulsionam companhia de gestão de resíduos Bioconverter
Por Tatiana Bautzer
SÃO PAULO (Reuters) - A rede de supermercados Natural da Terra e restaurantes corporativos da Reckitt Benckiser e Siemens no Brasil, além da empresa de logística Luft, começaram a testar máquinas de processamento de resíduos vendidas por uma nova empresa de biotecnologia, Bioconverter, que começou a operar em meio à pandemia de Covid-19 no Brasil.
Nelson Libbos, presidente-executivo e fundador da empresa, disse em entrevista nesta quinta-feira que a Bioconverter está agora em negociações com a rede de supermercados Angeloni, de Santa Catarina, para possível utilização das máquinas em 40 lojas da rede.
A Bioconverter usa um mix de bactérias para transformar resíduos orgânicos, principalmente comida, em água que pode ser descartada diretamente no esgoto ou usada para irrigação de culturas agrícolas, cumprindo a legislação ambiental. O mix de bactérias foi testado e criado por pesquisadores da companhia e transforma o lixo orgânico em água em até 24 horas.
"As empresas precisam cortar custos durante a pandemia, e o gerencimento de resíduos orgânicos é caro", disse Libbos. O processamento do lixo no local onde é gerado elimina despesas como a necessidade de refrigerar os resíduos até a coleta e o transporte até os aterros sanitários.
Libbos e seus oito sócios na Bioconverter estavam planejando o lançamento da empresa quando a pandemia atingiu o Brasil. O lançamento foi adiado e a empresa começou a operar no mês passado.
Todos os sócios da Bioconverter tem carreiras ligadas à área de saúde de alguma maneira. Nelson Libbos já foi presidente de subsidiárias de empresas farmacêuticas no Brasil, como da Teva, Dirceu Barbano é ex-presidente da Anvisa e Jose Roberto Corrales é dono de uma distribuidora de medicamentos e produtos de saúde.
A Bioconverter está em negociações para vender os serviços-- a empresa não vende as máquinas, apenas as opera para os clientes-- no México, onde iniciou negociações com redes de supermercados. Também pretende entrar nos Estados Unidos, onde alguns Estados estão começando a restringir o descarte de lixo orgânico em aterros.
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