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Realização faz Ibovespa fechar em queda após superar 105 mil pontos

21/07/2020 17h39

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou marginalmente no vermelho nesta terça-feira, após renovar máxima intradia desde março acima dos 105 mil pontos, em meio a uma realização de lucros e noticiário corporativo intenso, com Vale e B3 entre as maiores pressões de baixa.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,11%, a 104.309,74 pontos, em sessão na qual chegou a 105.449,23 pontos na máxima e 103.732,33 pontos na mínima. O volume financeiro somou 33 bilhões de reais.

"O Ibovespa conseguiu atingir alguns alvos importantes e que mostram a sua força", afirmou o analista Fernando Góes, da Clear Corretora, citando o desempenho gráfico do índice e estimando variações mais contidas à frente.

"O mercado deve continuar subindo lentamente e o que devemos ver são algumas altas dos setores se intercalando", disse Góes, acrescentando que o patamar dos 107 mil é importante e se o Ibovespa o ultrapassar tudo indica que continuará subindo.

Wall Street também reduziu o fôlego à tarde, o que ajudou a tirar o Ibovespa das máximas da sessão. O S&P 500 fechou com acréscimo de 0,17%, em meio a perspectivas de mais estímulos econômicos, além de resultados corporativos.

Ainda no exterior, líderes da União Europeia chegaram a um acordo histórico sobre um plano de estímulo para suas economias afetadas pelo coronavírus.

No Brasil, a temporada de balanços do segundo trimestre das empresas do Ibovespa começa na quarta-feira, com os números da WEG antes da abertura do mercado.

"As expectativas já são baixas, então vemos espaço para surpresas positivas", afirmou a equipe do Bank of America em relatório nesta terça-feira, citando que os analistas da casa esperam queda de 40% nos lucros do Ibovespa ano a ano.

Também nesta sessão, o governo enviou ao Congresso aguardada proposta de reforma tributária, que contempla a união de PIS e Cofins num único imposto sobre valor agregado, a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS).

DESTAQUES

- VALE ON recuou 1,81%, com dados de produção abaixo do esperado no segundo trimestre e analistas levantando dúvidas sobre a capacidade da companhia atingir a meta de produção de minério de ferro em 2020.

- B3 ON fechou em queda de 1,88%, após renovar máxima intradia a 69,75 reais mais cedo no pregão, em meio a movimentos de realização de lucros. No mês, os papéis ainda acumulam valorização de mais de 20%.

- QUALICORP ON caiu 6,41%, com o ex-presidente da companhia José Seripieri Filho, o Júnior, entre os alvos de operação da Polícia Federal e do Ministério Público Eleitoral de São Paulo sobre suposto uso de caixa dois pelo senador José Serra (PSDB-SP) em campanha de 2014. JHSF ON, cuja sede também foi alvo de busca e apreensão, cedeu 5,23%, entre as maiores quedas do índice Small Caps.

- PETROBRAS PN avançou 2,77%, tendo de pano de fundo forte alta dos preços do petróleo no exterior. A companhia também reporta ainda nesta terça-feira dados de produção e vendas do segundo trimestre.

- VIA VAREJO ON recuou 2,6%, revertendo ganhos do começo da sessão, quando renovou máxima histórica intradia, a 22,36 reais e em alta de 5,6%. O movimento ocorreu após a empresa divulgar no Twitter dados sobre vendas onlines em algumas categorias de produtos. No setor, MAGAZINE LUZIA cedeu 3,10% e B2W ON perdeu 0,34%, também após registrarem máximas intradias, a 89,50 e 123,26 reais, respectivamente.

- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 1,47%, ajudando a frear movimentos mais fortes de realização de lucros no Ibovespa, com BRADESCO PN subindo 2,7%. Na contramão, BTG PACTUAL UNIT caiu 3,46%. Fora do Ibovespa, BTG PACTUAL ON saltou 31,11%. O BTG divulgou comunicado à tarde chamando de "apócrifa" mensagem que circula por mídias sociais com especulação sobre uma potencial operação societária do banco com outras instituições financeiras.

- GPA ON avançou 6,93%, com outros papéis relacionados a consumo também na ponta positiva do Ibovespa, como AMBEV ON, que subiu 3,97%, e CARREFOUR BRASIL ON, que valorizou-se 2,80%.