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Ibovespa fecha estável em dia volátil; Weg dispara 14% após resultado do 2º tri

22/07/2020 17h40

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou quase estável nesta quarta-feira, após ter flertado com os 105 mil pontos na máxima, em sessão volátil, com o declínio de blue chips ofuscando o salto da Weg, que teve resultado forte no segundo trimestre, apesar da pandemia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,02%, a 104.289,57 pontos, tendo alcançado 104.979,95 pontos no melhor momento e 103.277,01 na mínima.

O volume financeiro totalizou 28,35 bilhões de reais.

A falta de tendência nas bolsas em Nova York coroborrou o sobe-e-desce na bolsa paulista, embora Wall St tenha fechado em alta, em sessão marcada por aumento das tensões entre Estados Unidos e China, resultados corporativos e expectativas de mais estímulos econômicos. O S&P 500 subiu 0,57%.

No Brasil, a temporada de balanços trimestrais começou, com números de empresas como Weg e Neoenergia, e deve concentrar atenções nas próximas semanas, uma vez que mostrará os efeitos nas companhias do período mais agudo da crise desencadeada pelo coronavírus, bem como o que as empresas veem no horizonte.

O BTG Pactual destacou que a partir de agora a volatilidade se torna muito mais individual, e dependendo dos resultados, haverá movimentações abruptas nos preços das ações.

A sessão ainda contou com rescaldo da entrega da primeira parte da proposta do governo de reforma tributária, que teve seus detalhes conhecidos na tarde da véspera.

"Uma aprovação (do texto) prevê ganhos de produtividade e competitividade", afirmou o estrategista de mercados emergentes Mathieu Racheter, do Julius Baer, ponderando que isso não deve ser rápido, pois há questões que exigem um longo processo no Congresso.

DESTAQUES

- WEG ON disparou 13,89%, a 68,20 reais, recorde para fechamento, tendo chegado a 68,90 reais, máxima intradia, após atravessar a onda da pandemia de Covid-19 com crescimento de lucros, receitas, margens e retorno no segundo trimestre, resultado que a Guide Investimentos classificou como "bastante sólido e positivo". No ano, o papel já sobe mais de 90%.

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,27% e BRADESCO PN recuou 1,72%. O UBS avaliou que a primeira fase da reforma tributária apresentada na véspera ao Congresso sinaliza aumento de tributação sobre instituições financeiras, se aprovado o texto da reforma também como enviado ao Congresso.

- B2W ON avançou 5,3%, para recorde de fechamento de 125,55 reais. No melhor momento, chegou a 126,30 reais. O conselho de administração da varejista de comércio eletrônico aprovou aumento do capital de 4 bilhões de reais, para subscrição privada, a 115 reais por papel, para acelerar o plano de crescimento, incluindo eventuais aquisições.

- PETROBRAS ON cedeu 1,37%, acompanhando o declínio do petróleo no exterior e tendo ainda no radar a queda de 3,7% na produção total de petróleo e gás da companhia no segundo trimestre em relação ao primeiro, para 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).

- QUALICORP ON recuou 5,74%, ainda enroscada pelo noticiário da véspera, com o fundador da empresa, José Seripieri Filho, entre os alvos de operação da Polícia Federal e do Ministério Público Eleitoral de São Paulo sobre suposto uso caixa dois pelo senador José Serra (PSDB-SP).

- VALE ON caiu 0,77%, mesmo com a alta dos futuros do minério de ferro na China por expectativas de uma firme demanda pela matéria-prima usada na fabricação do aço. No setor de mineração e siderurgia, GERDAU PN subiu 3,65%, USIMINAS PNA avançou 1,62% e CSN ON ganhou 1,29%. O BTG Pactual afirmou que sondagens indicaram a possibilidade de um aumento de preço adicional de 10% para aços planos nos pedidos com entrega em setembro.

- BRMALLS ON fechou em baixa de 4,87%, com empresas de shopping centers entre os destaques negativos, em meio a perspectivas preocupantes para o setor na esteira da pandemia de Covid-19, que esvaziou o movimento de pessoas nesses estabelecimentos. IGUATEMI ON cedeu 4,11% e MULTIPLAN ON perdeu 3,73%.

- IRB BRASIL RE perdeu 4,11%, no terceiro pregão consecutivo de perdas, com agentes financeiros ainda melindrados após a resseguradora revisar balanços anteriores após fraude contábil, entre outras adversidades envolvendo a companhia.