Rubem Novaes seguirá no governo em função na Economia, diz fonte
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O demissionário presidente-executivo do Banco do Brasil, Rubem Novaes, vai continuar no governo e ocupará função de assessoria no Ministério da Economia, informou uma fonte do governo próxima ao assunto.
Novaes, que apresentou pedido de demissão com efeito a partir de agosto, deve assumir a posição de diretor de programa da Secretaria Especial de Fazenda, do Ministério da Economia, função ocupada pelo economista Caio Megale, que confirmou à Reuters que deixará o cargo. Caberá a Novaes articular conversas e tratativas com empresários do eixo Rio-São Paulo.
"Rubem continuará no time, ligado ao Ministério da Economia. Ele já não aguenta mais Brasília e não tolerava mais as relações da capital federal", disse a fonte, que pediu anonimato.
Novaes assumiu o BB logo no início do governo e foi um defensor da privatização do banco público, mas o desejo sempre esbarrou a vontade do presidente Jair Bolsonaro.
"O Novaes ainda tem muito a contribuir", acrescentou a fonte. O BB informou na sexta-feira sobre o pedido de demissão de Novaes apresentado ao presidente Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, válido a partir de agosto, "em data a ser definida". O nome do substituto ainda não foi anunciado.
Procurado, Novaes não respondeu às tentativas de contato.
O economista Caio Megale, que chegou a ser cotado ao cargo de secretário do Tesouro --posto assumido recentemente por Bruno Funchal no lugar de Mansueto Almeida-- revelou que deve voltar à iniciativa privada, onde já atuou.
BAIXAS
A saída de Megale e Novaes são as mais novas baixas na equipe econômica do governo Bolsonaro. O ex-secretário de Comércio Exterior Marcos Troyjo foi recentemente para a presidência do banco dos Brics (NBD), e Mansueto anunciou em junho que deixaria o Tesouro após cumprir um período de transição.
Apesar de tantas trocas, a fonte do governo garantiu que a área econômica não está sendo enfraquecida.
"O Mansueto ficou um ano em meio no governo além do combinado. Ele tinha se comprometido a dar um apoio de até seis meses durante a adaptação do novo governo. Já estava nos planos", disse a fonte.
"Não perdemos o Troyjo. Na verdade, ganhamos com o deslocamento para o bancos dos Brics. A estratégia do governo é com ele lá alavancar as vendas para a Ásia, em especial a China. No primeiro semestre desse ano para cada 1 dólar que o Brasil exportou para os EUA, exportou ao mesmo tempo 3,4 dólares para China", afirmou a fonte.
"Se fizermos as coisas direito, nossos negócios com a Ásia podem deixar o Brasil rico. Vamos buscar cada vez mais saídas para o pacífico”, acrescentou.
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