Cruzes e balões vermelhos na praia de Copacabana homenageiam 100 mil mortos por Covid-19 no Brasil
RIO DE JANEIRO (Reuters) - No dia que o Brasil deve chegar à marca de 100 mil mortes por Covid-19, balões vermelho e cruzes foram colocados nas areais da tradicional praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para homenagear as vítimas da pandemia.
No ato organizado pela ONG Rio de Paz, cerca mil balões de gás vermelhos biodegradáveis foram espalhados pelas areias da praia e em cem deles, fixadas cruzes pretas.
Foram fixados ainda na areia da praia cartazes com perguntas e dizeres como: “Por que somos o segundo país em número de mortos?"
O ato é também um protesto contra a forma como o poder público governos vem conduzindo o enfrentamento à pandemia de coronavírus no país.
“Poder público e sociedade precisam responder a uma questão para a qual nos remetem as 100 mil mortes por coronavírus: por que somos o segundo país em número de mortos? Da resposta racional, isenta e honesta a essa pergunta dependem as mudanças pelas quais o Brasil precisa passar a fim de vivermos num país no qual a santidade da vida humana seja respeitada”, disse Antônio Carlos Costa, presidente da Rio de Paz.
O fim do ato neste sábado se deu com os balões sendo soltos em memória às vítimas da Covid-19.
Dados do Ministério da Saúde mostraram que o Brasil chegou na sexta-feira a 99.572 mortes pela Covid-19.
Na última manifestação da ONG na praia para lembrar mortos pelo novo coronavírus houve um princípio de confusão quando um idoso não concordou com as covas rasas e cruzes espalhadas na areia e começou a destruí-las.
Em seguida, o taxista Márcio Antonio do Nascimento e Silva foi até a areia e começou a recolocar as cruzes no local. Ele perdeu um filho de 25 anos na pandemia.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
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