Lucro da BRF recua no 2º tri com pandemia elevando custos e afetando exportações
A BRF teve lucro líquido de R$ 307 milhões no segundo trimestre, queda de 5,5% em relação ao ano anterior, com a crise do covid-19 aumentando custos e atingindo exportações, de acordo com dados divulgados na quarta-feira.
A companhia conseguiu manter os volumes de produção estáveis em 1,083 milhão de toneladas, mas o custo dos produtos vendidos — que geralmente se refere aos custos de fabricação de um produto — subiu 14,1% em relação ao ano anterior, pois a empresa teve que fazer ajustes em meio à pandemia de coronavírus.
A BRF disse que teve que suspender preventivamente cerca de 8.200 funcionários, com pagamento, após o agravamento da pandemia.
O maior processador de frango do país também contratou cerca de 6.700 trabalhadores temporários para substituir aqueles em grupos de alto risco que tiveram que ficar em casa, enquanto também suspendeu outros funcionários potencialmente infectados após a BRF testá-los.
No trimestre, a BRF informou que a receita líquida de exportações diretas totalizou 962 milhões de reais, uma queda de 23,2% em relação ao ano anterior, refletindo os menores volumes embarcados no período, uma vez que os principais clientes estrangeiros perderam poder de compra.
O problema foi particularmente pronunciado no Oriente Médio, um mercado-chave para a BRF.
Apesar das adversidades e incertezas ligadas à pandemia, a BRF disse que aumentou o volume de alimentos processados, como margarinas, no mercado interno, vendendo mais produtos de maior valor agregado.
A receita líquida consolidada cresceu 9,2%, para 9,1 bilhões de reais no período, já que a empresa conseguiu aumentar em 10% o preço médio de todos os produtos vendidos no último trimestre.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, uma medida do lucro operacional, caiu 33,3%, para R$ 1,031 bilhão no período, disse a empresa.
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