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Transmissora de energia Taesa vê lucro saltar 42% no 2° tri ajudada por aquisições

13/08/2020 09h40

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - A transmissora de energia Taesa reportou lucro líquido de 437,8 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 42,4% na comparação anual, em resultado ajudado por aquisições passadas e novos ativos em operação, o que demonstra a resiliência de negócios de transmissão em meio à pandemia do coronavírus.

A empresa, que tem como acionistas a estatal mineira Cemig e a colombiana Isa, teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 316,8 milhões de reais, com alta de 2,4% ano a ano.

A receita líquida atingiu 755,7 milhões de reais, com alta de 76,8% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

A Taesa disse que o resultado foi impulsionado pelos maiores investimentos em projetos em construção, que tiveram efeitos positivos sobre receita de implementação (133,8 milhões de reais) e equivalência patrimonial (43 milhões de reais).

A companhia registrou ainda uma contribuição de 25 milhões de reais para o lucro líquido decorrente de aquisições recentes de ativos de transmissão da Eletrobras e pela entrada em operação dos empreendimentos Miracema e Mariana.

O caixa da companhia ficou em 2,2 bilhões de reais, alta de 32% frente ao primeiro trimestre, após uma captação de 900 milhões de reais em abril, com a companhia buscando reforçar o caixa em meio à crise do coronavírus.

A dívida líquida da Taesa encerrou o trimestre em 4,43 bilhões de reais, com aumento de 77,7% na comparação anual. A alavancagem medida pela relação entre a dívida e a geração de caixa (Ebitda) ficou em 3,3 vezes, ante 1,8 vez em 2019.

A Taesa registrou investimentos de 695,3 milhões de reais nos primeiros seis meses de 2020, contra 197,9 milhões no mesmo período do ano passado, com maiores investimentos em quase todos projetos.

O conselho da companhia aprovou distribuição de 279,3 milhões de reais em dividendos intercalares e juros sobre o capital próprio, com pagamento em 26 de agosto.

Enquanto distribuidoras de energia têm sofrido fortes impactos com a pandemia, que reduziu o consumo de energia e aumentou a inadimplência, empresas de transmissão possuem contratos de longo prazo não associados à demanda.

O risco para as transmissoras viria em caso de inadimplência de outras empresas do setor com seus contratos, mas esse cenário foi afastado após um empréstimo bilionário intermediado pelo governo junto a bancos privados e públicos para apoiar o caixa de distribuidoras de energia.

"É importante ressaltar também que os níveis de inadimplência continuaram normais mesmo neste cenário econômico adverso e que continuaremos monitorando de perto os possíveis impactos da crise nos nossos negócios", disse a Taesa no balanço.