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Empresário Germán Efromovich se declara inocente após ser alvo da Lava Jato; quer investir na Avianca

21/08/2020 19h09

Por Luis Jaime Acosta

BOGOTÁ (Reuters) - O acionista majoritário da Avianca Holding, Germán Efromovich, se declarou inocente, nesta sexta-feira, de uma acusação de corrupção no Brasil e anunciou que está disposto a investir na companhia aérea em processo de reestruturação financeira sob a Lei de Falências dos Estados Unidos.

Germán Efromovich e seu irmão José foram colocados em prisão domicilar na quarta-feira como parte de uma nova fase da operação Lava Jato que citou o suposto pagamento de propina para garantir um contrato de construção naval com a Transpetro, unidade de logística da Petrobras.

A investigação não tem relação com a Avianca.

“Os documentos falam por si e isso tem que cair por causa da gravidade, por seu próprio peso”, disse Efromovich em entrevista virtual, na qual assegurou que o Ministério Público brasileiro, encarregado da investigação, foi induzido a implicá-lo no caso junto com seu irmão.

O empresário nascido na Bolívia garantiu que a investigação não tem nenhum impacto ou interferência em seus negócios e afirmou que suas empresas são independentes umas das outras, portanto, continuam operando normalmente.

Efromovich, que também tem nacionalidade colombiana e brasileira, disse que continua buscando retomar o controle do conselho de administração da Avianca e reconheceu que a empresa, que entrou em processo de reestruturação financeira em maio sob o capítulo 11 da Lei de Falências do Estado Unidos, precisa de investimento de capital para sair da crise.

“A Avianca vai precisar de investidores e nos inscrevemos no processo do capítulo 11 através dos advogados da Avianca em Nova York com um grupo de investidores que está disposto a investir comigo, para que possamos recuperar a Avianca e a deixar forte como eu deixei", disse o empresário, sem revelar detalhes de quanto investirá.

A Avianca não quis comentar a intenção de seu acionista majoritário de voltar a investir na companhia aérea.

Efromovich, de 70 anos, perdeu o controle da Avianca Holdings em maio de 2019, após deixar de cumprir um contrato de cobertura por um empréstimo de 456 milhões de dólares da norte-americana United Airlines, que por sua vez entregou a administração da principal companhia aérea da Colômbia ao parceiro minoritário Kingsland.

A Avianca lançou em meados de agosto um plano de financiamento de credores e acionistas por 1,2 bilhão de dólares em novos recursos, sem considerar pagamentos de dívidas já contraídas, como parte de seu processo de reestruturação nos termos do capítulo 11.

((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

REUTERS PF