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Fed assegura alta do Ibovespa na semana, mas fiscal ainda preocupa

28/08/2020 17h39

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista acumulou uma alta discreta na semana, assegurada pelo avanço de 1,5% nesta sexta-feira, em meio ao ambiente favorável a risco no exterior após o Federal Reserve mudar sua abordagem para a política monetária e sinalizar juros próximo de zero nos Estados Unidos por um período prolongado.

Em Wall Street, o S&P 500 renovou máximas seguidas nesta semana, em movimento endossado pela a nova estratégia do banco central dos Estados Unidos para alcançar preços estáveis e máximo emprego, na qual ele buscará alcançar inflação de 2% em média ao longo do tempo.

No cenário brasileiro, porém, o aumento do risco fiscal continuou pesando, com o desacordo entre a equipe econômica e o presidente Jair Bolsonaro sobre valores para o projeto Renda Brasil preocupando investidores e provocando novas especulações sobre suposta saída de Paulo Guedes da Economia.

A agência de rating Moody's também chamou atenção ao tema nesta semana, ressaltando que incertezas ligadas ao teto de gastos podem impactar o sentimento do mercado e a confiança do investidor, minando a recuperação econômica.

Apesar disso, o calendário de ofertas de ações, IPOs e follow-ons, continuou aquecido, conforme continua crescendo o número de pessoas físicas migrando para o mercado acionário em busca de melhores retornos para seus investimentos em razão da Selic a 2% ao ano.

Pesquisa da Reuters divulgada na quarta-feira apontou, segundo a mediana das projeções compiladas, que o Ibovespa deve chegar a 110 mil pontos no final do ano, um pequeno revés em relação a 2019, mas recuperação de cerca de 60% em relação às mínimas do ano, em março.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 1,51%, a 102.142,93 pontos, com aumento de 0,6% na semana e queda de 0,75% no mês. No ano, o declínio ainda alcança 11,7%.

Maiores baixas do Ibovespa no dia

Maiores altas do Ibovespa no dia

O índice Small Caps avançou 1,14%, a 2.471,63 pontos, com acréscimo de 0,3% na semana e de 0,2% no mês, mas baixa de 13% no acumulado de 2020.

O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 23 bilhões de reais.

NOTÍCIAS DE AÇÕES EM DESTAQUE NA SEMANA:

PESQUISA-Ibovespa deve encerrar 2020 com pequena baixa após nervosismo com pandemia

SEC aprova proposta da NYSE para permitir alternativa a IPO

Mercado de IPOs dos EUA caminha para fim de ano movimentado

Caixa Econômica Federal levanta R$743,7 mi com venda de ações do Banco Pan

JSL aprova oferta de ações e espera precificar em 8 de setembro

IPO da construtora Cury terá faixa indicativa de preço entre R$11 e R$14,30

Varejista Havan pede registro para IPO

Fabricante de pás para energia eólica Aeris pede registro para IPO

Empresa de empreendimentos comerciais HBR Realty pede registro para IPO

Conselho da Petrobras aprova venda de participação remanescente na BR Distribuidora

Omega Geração aprova oferta de ações para financiar aquisições

Construtora mineira Emccamp pede registro para IPO

Rede D'Or busca avaliação de R$100 bi em IPO, diz fonte

Banco Inter anuncia oferta bilionária de units; deve precificar em 3/09

Mosaico pretende levantar R$340 mi em oferta primária de ações

Rumo levanta R$6,4 bi em oferta de ações a R$21,75 por papel

IPO da construtora Plano & Plano pode movimentar mais de R$1 bi

Incorporadora gaúcha CFL Inc Par pede registro para IPO

Construtora mineira BRZ pede registro para IPO

DESTAQUES DO IBOVESPA DO ACUMULADO DO MÊS:

- KLABIN UNIT acumula alta de 26,7% em agosto, ainda embalada pelo lucro operacional medido pelo Ebitda ajustado de 1,3 bilhão de reais entre abril e junho, melhor desempenho trimestral da história da fabricante de papel e celulose, bem como pela valorização do dólar em relação ao real, de 3,78% neste mês. No setor, SUZANO ON sobe 21,4%, também com números fortes no segundo trimestre.

- CIA HERING ON valoriza-se 25,34%, em mês marcado pela divulgação de salto no lucro líquido do segundo trimestre frente o mesmo período do ano passado, ajudado por resultado financeiro, enquanto o desempenho operacional da rede de varejo de moda foi impactado pelas medidas de isolamento social contra a epidemia de Covid-19. A companhia também anunciou programa de recompra de ações.

- COGNA ON perde 27,4% no mês, ainda sofrendo com ajustes após forte valorização em julho e estreia fraca da sua subsidiária Vasta na Nasdaq, além de prejuízo no segundo trimestre, quando foi fortemente afetada pela queda de receita e aumento da inadimplência com a pandemia do coronavírus. No setor, YDUQS ON recua 18,6%, com a pandemia também pesando no resultado do segundo trimestre, que mostrou prejuízo com maiores provisões e concessão de maiores descontos a alunos.

- SABESP ON contabiliza declínio de 17,5%, acentuado após declarações do governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB) sobre capitalização da companhia paulista de água e saneamento, que trouxeram dúvidas sobre uma esperada privatização da empresa. A Sabesp, por sua vez, disse que não há decisão tomada sobre o modelo de reorganização societária da companhia de saneamento básico paulista.

DESTAQUES DO SMALL CAPS NO ACUMULADO DO MÊS:

- LINX ON sobe 34,7%, em meio a uma potencial disputa pela produtora de software para o varejo, com STONECo anunciando acordo vinculante com a empresa, mas que foi seguido por proposta da TOTVS. O acordo com a StoneCo prevê multa de 605 milhões de reais se a Linx realizar uma operação concorrente envolvendo uma oferta melhor de terceiro.

- JHSF ON recua 17,7% em agosto, também corrigindo boa parte da valorização em registrada no mês anterior, mesmo com anúncio de programa de recompra. Nesta semana, a companhia comunicou que está trabalhando na implementação de um plano eficaz de ação para aprimorar seus controles internos e políticas corporativas para sanar as eventuais deficiências nas aprovações de transações com partes relacionadas.

Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:

- Índice financeiro: -4,65%

- Índice de consumo: +0,39%

- Índice de Energia Elétrica: -4,32%

- Índice de materiais básicos: +12,27%

- Índice do setor industrial: +4,22%

- Índice imobiliário: -5,15%

- Índice de utilidade pública: -5,43%