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Ibovespa fecha em queda com receios fiscais e acumula 1ª perda mensal desde março

31/08/2020 17h12

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, com preocupações sobre a situação fiscal no país ainda minando o sentimento dos investidores, no começo de uma semana com agenda econômica de peso, incluindo esperada definição de auxílio emergencial e desempenho do PIB brasileiro no segundo semestre.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,09%, a 100.006,95 pontos, encerrando agosto com declínio acumulado de 2,82%, primeira perda mensal desde março, conforme dados preliminares, que mostravam um giro financeiro de 21,7 bilhões de reais na sessão.

Após calcular uma queda de quase 100 bilhões de reais nas receitas em 2021, a equipe econômica aumentou o rombo primário previsto para o governo central a 233,6 bilhões de reais em seu projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do ano que vem, encaminhado nesta segunda-feira ao Congresso.

Investidores agora aguardam a definição do valor do auxílio emergencial, prevista no mercado para terça-feira. Segundo o estrategista Renato Chanes, da Santander Corretora, a falta de definição sobre a fonte de financiamento do Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família, vem gerando dúvidas no mercado sobre o orçamento e o compromisso com o teto de gastos em 2021.

A terça-feira também tem na pauta o desempenho do PIB do país no segundo trimestre, com projeções compiladas pela Refinitiv apontando contração de 9,4% em relação ao primeiro trimestre e de 10,7% ano a ano.

A cena fiscal brasileira mais uma vez descolou o Ibovespa do desempenho de Wall Street, onde o S&P 500 fechou com variação negativa pequena, após renovar máxima histórica mais cedo e fechar o mês com o maior ganho percentual para agosto desde 1986.

Da cena corporativa, IRB Brasil RE figurou entre as maiores quedas, com declínio de 4,5%, após prejuízo líquido de 685,1 milhões de reais de abril a junho, uma vez que efeitos cambiais e impactos da pandemia de Covid-19 pressionaram ainda mais os números da resseguradora, que tenta corrigir o estrago causado por fraude contábil nos últimos anos.

Na ponta de alta, EDP BRASIL ON subiu quase 7%, entre as poucas altas do Ibovespa na sessão, tendo de pano de fundo lucro líquido de 237,2 milhões de reais no segundo trimestre, e anúncio de ajustes na política de dividendos.