Pátria levanta fundo de R$10 bi para infraestrutura na América Latina
Por Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - A gestora de recursos Pátria Investimentos anunciou nesta segunda-feira que concluiu a captação de um fundo de 10 bilhões de reais voltado para áreas de infraestrutura como energia, logística e telecomunicação.
Este é o quarto fundo de infraestrutura do Pátria e o maior até agora, quase dobrando o valor levantado há cinco anos no último fundo, disse a empresa.
O vultuoso fundo recém-levantado do Pátria, na qual a gestora Blackstone tem participação de 40%, ressalta como os investidores têm interesse neste setor na maior economia da América Latina. O governo brasileiro estima que o país precise de 600 bilhões de reais para expandir e universalizar os serviços de água e esgoto.
"Apesar da pandemia do coronavírus, vimos que muitos investidores entenderam quantas oportunidades existem em infraestrutura na região", disse o cofundador e sócio do Pátria, Otavio Castello Branco, em entrevista.
Com as taxas de juros de referência do Brasil atingindo a mínima recorde de 2%, fazendo com que os indivíduos deixem os títulos do governo e busquem retornos mais altos em outros lugares, os investidores domésticos responderam por 25% da captação do fundo, um patamar inédito para o Pátria.
Embora a captação do fundo tenha acabado de ser concluída nesta semana, o Pátria já investiu cerca de 40% dos recursos em três ativos desde o fim de 2019: na empresa de energia solar e eólica Essentia, na concessão rodoviária Eixo-SP e em uma empresa de torres ainda sem nome.
Felipe Pinto, também sócio do Pátria, disse que o fundo pode investir ainda mais nesses setores, enquanto busca ativos em geração de energia a gás, telecomunicações e saneamento.
O executivo disse que, embora o Pátria já queira investir no setor de água e saneamento há algum tempo, a falta de uma regulamentação mais robusta impediu os aportes. Uma nova lei de saneamento torna o setor mais atraente agora, segundo Pinto. No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o marco regulatório do saneamento básico, que deve abrir caminho para o aumento da presença da iniciativa privada sobre o setor que hoje depende praticamente de entes estatais.
Quase 80% dos recursos do fundo provavelmente serão investidos no Brasil. Pinto disse que a Colômbia e o Chile também são países nos quais o Pátria deve alocar recursos.
A fase de investimento do fundo deve ser concluída até 2021, enquanto o desinvestimento total pode levar até 12 anos.
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