Witzel recorre ao STF contra afastamento do cargo
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A defesa do governador afastado do Rio de Janeiro , Wilson Witzel (PSC), ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com recurso pedindo que ele possa ser reconduzido ao cargo do qual foi afastado na última sexta-feira.
A avaliação do afastamento, que foi decidido monocraticamente pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves será apreciada na quarta-feira pela Corte Especial do STJ, formado pelos 15 ministros mais antigos do tribunal.
“Ir ao STF era o caminho natural e entendemos que se nosso pedido for acolhido nem haverá cessão no STJ na quarta-feira por ser o STF um órgão que está acima do STJ“, disse à Reuters um dos advogados da defesa de Witzel, Roberto Podval.
Witzel foi afastado do cargo por seis meses acusado de chefiar uma organização criminosa que tinha ramificações nos 3 Poderes e recebia propina em troca de vantagens, escolhas, nomeações e contratações de pessoas físicas e jurídicas.
Segundo o Ministério Público Federal, o escritório de advocacia da primeira dama Helena Witzel seria usado para o recebimento dos recursos ilegais.
“Não concordamos com a forma que foi feita, uma decisão monocrática, nem com a necessidade de afastamento. Foi uma afronta à democracia, até porque o governador sequer foi ouvido nas investigações“, acrescentou Podval.
Durante o fim de semana, Witzel reiterou nas redes sociais que não tem envolvimento com irregularidades e que vem sofrendo um linchamento político.
“Estou sendo linchado politicamente por contrariar interesses poderosos. Não descansarei até demonstrar que fui enganado e provar minha inocência”, disse ele.
Nesta segunda, Witzel usou novamente as redes para se defender e usou um artigo da Folha de S.Paulo para reiterar a suspeita de que a decisão do STJ teve influência do presidente Jair Bolsonaro, seu adversário político.
“Como alertei em meu pronunciamento na 6ª-feira, após decisão monocrática do STJ para me afastar: os motivos criados para me derrubar vão além de tirar um desafeto do poder; no fim do ano caberia a mim a escolha do novo procurador-geral do MP-RJ”, disse o governador afastado no Twitter.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
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