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Agenda do novo governo do Japão pode tornar mercado de trabalho uma prioridade maior para o BC

15/09/2020 09h01

Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão deve enfatizar sua prontidão para ajudar o governo a proteger os empregos nesta semana, em um aceno à resolução de Yoshihide Suga, que deve se tornar o novo primeiro-ministro, de fazer o que for necessário para amortecer o golpe econômico da pandemia.

Os analistas não esperam nenhuma mudança significativa na relação entre o Banco do Japão e um governo liderado por Suga que, como braço direito de Shinzo Abe, liderou a estratégia do primeiro-ministro para reanimar a economia com medidas monetárias e fiscais ousadas.

No entanto, a ênfase de Suga na proteção do emprego poderia estimular o banco central a prestar mais atenção ao mercado de trabalho na condução da política monetária - embora o emprego não faça parte do mandato oficial do Banco do Japão.

Um novo foco em empregos, longe da inflação ao consumidor, pode ser mais importante agora, já que algumas das principais políticas de Suga, como uma campanha de descontos para promover o turismo doméstico e pedidos para reduzir as tarifas dos celulares, estão pressionando os preços, dizem analistas.

"Devido à pandemia, quaisquer esforços para atingir a meta de preços foram arquivados por enquanto", disse Izuru Kato, economista-chefe da Totan Research.

"O Banco do Japão se concentrará no fornecimento de liquidez e medidas para facilitar o crédito para ajudar as empresas e trabalhadores a lidar com a pandemia."

Em uma reunião que terminará um dia após a votação do Parlamento, que deve eleger oficialmente Suga como o novo líder do Japão na quarta-feira, o banco central deve manter sua política ultraexpansionista e oferecer uma visão um pouco mais otimista sobre a economia do que em julho.