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Wall Street encerra em forte baixa com temores de desaceleração da economia

23/09/2020 17h36

Por Herbert Lash

(Reuters) - Os principais índices de Wall Street tiveram queda acentuada nesta quarta-feira, depois que dados mostrando esfriamento da atividade empresarial nos Estados Unidos e o impasse no Congresso por mais estímulos fiscais aumentaram preocupações sobre a economia, enquanto a pandemia de coronavírus permanece sem controle.

Os índices Nasdaq e S&P 500 caíram mais de 2%, e todos os 11 principais setores do S&P fecharam em queda --com o de energia, segmento de pior performance neste ano, liderando a baixa.

Esperanças de uma forte recuperação econômica e níveis históricos de estímulo alimentaram o rali nos mercados de ações dos EUA após o tombo causado pelo coronavírus em março. Mas dúvidas sobre outro projeto de lei para alívio aos efeitos do coronavírus e uma venda de ações relacionadas ao setor de tecnologia têm pesado desde que o mercado bateu seu pico recente, em 2 de setembro.

O tombo desta quarta-feira ocorreu exatamente seis meses depois de Wall Street tocar a mínima da onda de vendas causada pandemia.

A economia está se estabilizando em cerca de 80% do nível de atividade de antes da pandemia e não voltará ao normal até que uma vacina esteja em vigor, disse Jason Pride, diretor de investimentos na área de private wealth na Glenmede, na Filadélfia.

"Estamos naquela fase em que é mais difícil conseguir a próxima etapa da recuperação, a próxima etapa da reabertura", disse Pride. "Ainda estamos fazendo isso, mas o progresso é muito mais lento do que nos primeiros três meses da reabertura."

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse nesta quarta-feira que o banco central não estava planejando nenhuma mudança "importante" em seu programa de empréstimos Main Street e que tanto o Fed quanto o Congresso precisam "seguir com ele" no trabalho para apoiar a recuperação econômica.

"Quanto mais tempo ficarmos sem mais estímulos, mais difícil será sustentar os ganhos da economia", disse Willie Delwiche, estrategista de investimentos da Baird, em Milwaukee.

Os dados da IHS Markit mostraram que o aumento no ritmo das fábricas foi compensado por uma desaceleração no amplo setor de serviços em setembro, sugerindo uma perda de ímpeto da economia em um momento no qual aumentam preocupações sobre elevação potencial de casos de Covid-19 nos meses mais frios.

O Dow Jones caiu 1,92%, para 26.763,13 pontos; o S&P 500 perdeu 2,37%, para 3.236,92 pontos, e o Nasdaq recuou 3,02%, para 10.632,99 pontos.

Queridinhas de Wall Street, incluindo Apple, Alphabet e Amazon.com, que sofreram o impacto da queda recente do mercado, caíram novamente a uma taxa superior às perdas do S&P 500.

O S&P 500 caiu para mínimas desde o final de julho e agora está 9,6% abaixo de sua máxima recorde atingida há três semanas. Isso coloca o índice a menos de meio ponto percentual de entrar no chamado território corretivo, como ocorreu com o Nasdaq na semana passada.