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AES Tietê tem aval para compra de projetos eólicos da Casa dos Ventos

25/09/2020 14h40

SÃO PAULO (Reuters) - A AES Tietê recebeu aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para negócio que envolve a aquisição de projetos eólicos não operacionais do grupo Casa dos Ventos, mostraram documentos do órgão antitruste e despacho no Diário Oficial da União desta sexta-feira.

A transação, cujo valor não é informado, envolve a compra do complexo eólico Ventos de Santa Tereza, a ser instalado no Rio Grande do Norte, com capacidade de pelo menos 420 megawatts, segundo parecer do Cade.

O movimento ocorre à medida que a companhia fala em acelerar os planos de expansão no Brasil e segue-se ao anúncio, em agosto, da compra pela AES Tietê de parques eólicos em funcionamento da J. Malucelli no Rio Grande do Norte.

Questionada sobre a transação, a AES Tietê disse que o empreendimento adquirido da Casa dos Ventos trata-se da primeira fase de um projeto "greenfield" batizado pela companhia como Cajuína, que poderá alcançar um total de até 1,1 gigawatt.

A empresa havia divulgado em maio a intenção de implementar até 1,1 gigawatt em novas usinas no complexo Cajuína.

"Este é mais um importante passo que a AES Tietê dá no caminho de crescer no país 100% renovável, oferecendo aos clientes as melhores soluções em energia limpa", afirmou a companhia em nota à Reuters.

O negócio foi fechado pela geradora da norte-americana AES no Brasil junto ao fundo de investimentos Salus, do Grupo Mario Araripe, que controla a desenvolvedora de projetos renováveis Casa dos Ventos, com sede em Maracanaú (CE). Procurada, a Casa dos Ventos não quis comentar.

"A operação faz parte da estratégia do Grupo AES de crescimento com ênfase no mercado de geração de energia por meio da matriz eólica, com um consequente ganho de escala e eficiência para o grupo AES", disse a empresa ao órgão de defesa da concorrência.

Autorizada sem restrições, a transação envolve a totalidade dos direitos, bens, estudos, certificações, autorizações e obrigações relacionadas aos projetos de geração eólica, acrescentou o Cade.

O órgão estatal não apontou riscos ao ambiente concorrencial devido às baixas participações de mercado detidas pelas empresas.

(Por Luciano Costa)