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Covid-19: Ensino superior privado sofre deflação em mensalidades do 2º semestre

Alunos da Escola Estadual Dom Pedro II, em aulas presenciais, no centro da cidade de Manaus (AM), zona sul - SANDRO PEREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Alunos da Escola Estadual Dom Pedro II, em aulas presenciais, no centro da cidade de Manaus (AM), zona sul Imagem: SANDRO PEREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Peter Frontini

02/10/2020 15h37

As mensalidades de instituições privadas de ensino superior tiveram forte queda no segundo semestre, impactadas pelos efeitos econômicos da pandemia de coronavírus, mostrou o Índice Nacional de Preços de Mensalidades da plataforma de educação Quero Bolsa (INPM-QB).

O recuo mais expressivo foi nos cursos de ensino a distância, com queda de 23,6% no valor integral das mensalidades, ante segundo semestre de 2019. Contabilizando os descontos concedidos pelas instituições, a retração foi de 12,77%.

Já os cursos presenciais mostraram alta de 6,93% no valor integral, no entanto, levando em conta os descontos aplicados, as mensalidades caíram 6%, segundo o índice, calculado com base em dados das mais de 10 mil instituições parceiras do Quero Bolsa.

Enquanto os cursos presenciais eram paralisados diante das medidas de isolamento causadas pela pandemia, "coube ao ensino a distância captar alunos, numa escala muito menor e com alta competição entre as faculdades", afirmou Pedro Balerine, diretor de inteligência educacional da Quero Educação, proprietária do Quero Bolsa.

O valor que os estudantes estão dispostos a pagar também recuou em face da pandemia. No ensino a distância, a queda foi de 22,5%, enquanto o presencial mostrou retração de 2,14%, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Com a taxa de desemprego atingindo o nível recorde de 13,8% nos três meses até julho, as perspectivas de recuperação ainda são incertas para o setor.

"Quanto mais alta a taxa estiver, maior dificuldade de ingresso no ensino superior haverá", disse Balerine, acrescentando que o atraso na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também deve comprometer as matrículas no inícios de 2021. "Portanto, não haverá espaço para recuperação de preços."