Governo "encontrará modo" de flexibilizar teto, mas evitará estender auxílio, diz Morgan Stanley
SÃO PAULO (Reuters) - O governo "encontrará um modo" de flexibilizar o teto de gastos em 2021, mas sem estender o auxílio emergencial, evitando abandonar todas as regras fiscais no próximo ano, disse o Morgan Stanley nesta sexta-feira, prevendo que, mesmo sem o coronavoucher, a economia ainda terá espaço para crescer no começo do ano com as famílias munidas de poupança.
A avaliação vem um dia depois de dados do Produto Interno Bruto (PIB) mostrarem crescimento recorde da economia no terceiro trimestre, mas abaixo do esperado.
A poupança precaucional também seria baseada no fato de muitos serviços que impactam segmentos de renda mais alta --como viagens-- seguirem limitados.
"Contanto que as regras fiscais não sejam quebradas e com a inflação permanecendo sob controle, um ambiente de baixas taxas de juros deve ajudar a estender a recuperação (econômica)", disseram Fernando Sedano, Thiago A. Machado e Lucas Almeida no relatório desta sexta.
Os profissionais calculam que o PIB brasileiro voltará aos níveis pré-pandemia no terceiro trimestre de 2021, à frente do maior rival na América Latina, o México, que deverá retomar esse patamar no terceiro trimestre de 2022.
O Morgan Stanley segue avaliando que a recuperação brasileira se mantém "claramente" à frente da mexicana, cenário que para o banco deve se manter nos próximos trimestres.
O real avança 4,9% ante o peso mexicano desde a eleição norte-americana de 3 de novembro. No mesmo período, o Ibovespa salta 18,4%, e o principal índice das ações do México sobe um pouco menos: 17,3%.
Mas os riscos para ambos os países seguem presentes, entre os quais uma forte segunda onda de Covid-19 e aumento de mortes pela doença a ponto de levar a novos declínios nas taxas de mobilidade.
Além disso, "em algum momento" os mercados deverão ficar mais seletivos e punir economias que viram pioras "significativas" em suas métricas fiscais e de dívida.
"É aí que as coisas podem jogar a favor do México em relação ao Brasil, mas ainda é cedo demais para dizer e não podemos descartar que a austeridade fiscal mexicana possa ficar em risco à frente", disseram os analistas.
(Por José de Castro)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.