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Pfizer está otimista em fechar acordo de vacinas da Covid-19 com Brasil esta semana, diz executivo

08/12/2020 15h23

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reunires) - O presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, disse nesta terça-feira estar otimista com negociações que a farmacêutica mantém com o governo brasileiro para a compra de vacinas contra a Covid-19, e disse que o imunizante estará disponível para ser aplicado na população logo após receber aprovação da Anvisa, caso seja finalizado um acordo.

Murillo afirmou, em audiência no Congresso, acreditar que as tratativas estão avançadas e que um memorando de entendimento pode ser assinado ainda nesta semana. Segundo ele, a empresa trabalha para começar a vacinar a população "quase imediatamente" após a aprovação de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Estou muito, muito otimista porque o governo brasileiro e a Pfizer avançam nas tratativas na intenção de compra de até 70 milhões de doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19", afirmou Murillo.

"Os termos já estão bem adiantados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção. O contrato final seria assinado somente posterior autorização da Anvisa", acrescentou.

O Ministério da Saúde anunciou na véspera estar em negociações com a empresa para compra de 70 milhões de doses de sua vacina, a primeira do mundo a ser aprovada para uso em larga escala contra a Covid-19, no Reino Unido.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse mais cedo nesta terça que o governo federal prevê receber 8,5 milhões de doses da vacina no primeiro semestre de 2021.

De acordo com o presidente da Pfizer, uma vez acertada a compra, a farmacêutica fornecerá um meio seguro de armazenamento e transporte para as doses, enquanto empresa e ministério terão de acertar quais serão os pontos de vacinação levando em conta essa logística.

Murillo reconheceu que em qualquer negociação a demora em fechar negócio pode comprometer a disponibilidade de doses. Garantiu, no entanto, que a quantidade tratada com o Ministério da Saúde estará mantida, caso o acordo seja efetivado.

"No Brasil acho que estamos perto, vamos conseguir, mas não assinamos. Cria, obviamente, uma limitação de segurança da disponibilidade de doses", disse.

"Mas pelo menos o quantitativo que está na oferta para o Brasil que estamos por assinar é um quantitativo garantido, na medida em que fechemos esse acordo o mais rápido possível."

Questionado sobre eventuais negociações com municípios que se mostrem interessados, explicou que o foco das tratativas da farmacêutica concentra-se no Ministério da Saúde porque a quantidade é limitada.

O presidente da farmacêutica disse acreditar que uma vez aprovada a vacina pela Anvisa e assinado o contrato final com o ministério, será possível disponibilizar doses a partir de janeiro. Ele estima que seja possível oferecer 2 milhões de doses no primeiro trimestre do próximo ano. Ao evitar comentar o valor negociado com o Brasil, Murillo disse que há três níveis de preço, de acordo com os níveis de renda de cada país.

O executivo recomendou, ainda, que seja considerada mais de uma alternativa de imunização pelo governos, citando o desafio da produção em massa. Segundo ele, a Pfizer tem explicitado sua capacidade produtiva de 50 milhões de doses neste ano e mais 1,3 bilhão em 2021.

"Entendemos que é muito importante que os governos contem com diversas opções de vacinas", aconselhou.

Murillo argumentou que não há motivo para que o Brasil não possa iniciar seu processo de vacinação ao passo de outros países, lembrando ainda dos impactos sanitários, económicos e psicológicos de uma imunização colectiva.

"Quero que os brasileiros comecem a tomar vacina no mesmo momento que os americanos, eu não entendo porque o Brasil não pode aspirar a isso e temos que conseguir que realmente consigamos tomar a vacina no mesmo momento que os países desenvolvidos porque esse não é um tema de ricos e pobres", disse a parlamentares.