Candidato de Maia à sucessão da Câmara deve ser definido até sexta-feira
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do bloco coordenado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para sucedê-lo no comando da Casa deve ser definido até sexta-feira, afirmou o deputado, que ainda mantém conversas com diversos partidos em busca de um nome que seja o mais viável.
Maia teve várias reuniões ao longo do dia, inclusive com integrantes da oposição, campo político que tem sido encarado como o fiel da balança na disputa política. Dos cinco pré-candidatos inicialmente considerados, restam dois com mais viabilidade: o líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o líder do MDB, Baleia Rossi (SP).
"Vai acontecer durante a semana", disse Maia. "Queria que tivesse resolvido ontem, mas ocorreram novos diálogos, novas possibilidades de avançar com alguns partidos", acrescentou.
"Então, se essa possibilidade existe, melhor que a gente aguarde e que a gente possa construir a melhor aliança possível na defesa da independência da Câmara dos Deputados."
Para o presidente da Câmara, o atraso na definição não atrapalha, e, pelo contrário, deixa o presidente Jair Bolsonaro "falando sozinho" sobre a disputa.
Maia voltou a citar a agenda de flexibilização ambiental como um dos motivos pelos quais o Executivo trabalha pela candidatura do líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), e lembrou que o tema, além de proporcionar em destruição do patrimônio nacional, afugentará investimentos e resultará em aumento do desemprego.
O deputado também lembrou que seu grupo busca um candidato de postura liberal na economia, mas contrário ao que chamou de "agenda reacionária".
Sobre o receio do governo em eventual convocação da Câmara para votações em janeiro --por medo de isso favorecer as articulações do grupo de Maia na disputa pelo comando da Casa-- Maia disse que o Congresso funcionaria para deixar a pauta aberta à discussão de temas urgentes, como a vacina contra a Covid-19.
"Só um governo que se preocupa pouco com a sociedade acha que quando eu falo de pautar qualquer matéria durante o mês de janeiro eu estou preocupado com a sucessão à presidência da Câmara", criticou.
Para ele, seria de "bom tom" que o Legislativo pudesse funcionar a partir de 10 de janeiro.
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