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Distribuidores de aço plano esperam alta de 8% a 10% nas vendas em 2021

15/12/2020 13h05

SÃO PAULO (Reuters) - O setor de distribuição de aços planos espera crescimento de 8% a 10% nas vendas no próximo ano, impulsionado nos primeiros meses do ano por um ainda lento processo de recuperação de estoques, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), divulgados nesta terça-feira.

No acumulado de janeiro a novembro deste ano, as vendas do setor responsável por cerca de um terço do consumo de aço nacional mostram alta de 6% ante mesmo período de 2019, para 3,33 milhões de toneladas.

Em novembro, as vendas dos distribuidores subiram 15,8% na comparação anual e recuaram 8,7% frente a outubro, para 339,4 mil toneladas, informou o Inda.

O setor terminou novembro com estoque de 630,4 mil toneladas, suficiente para apenas 1,9 mês de comercialização e a situação tem incentivado os distribuidores a fazerem importações para entregas de material no início de 2021, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

"Nosso estoque normal seria no mínimo de 2,5 meses", disse Loureiro. "Tem umas 200 mil toneladas de material que estamos pedindo e que não foram entregues pelas usinas", acrescentou, citando problemas de oferta de aço pelas siderúrgicas nacionais.

"Se não conseguirmos repor estoques...no primeiro trimestre o setor vai ter problemas porque não vai ter o que vender", disse o presidente do Inda.

Por conta da situação, ele afirmou que existem muitos pedidos de importação de laminados a frio e zincados para entrega em dezembro, janeiro e fevereiro, o que deve elevar na cadeia a participação de volume de material produzido no exterior. "Vai crescer bastante...e poderá acontecer alguns casos de (importações de) laminados a quente", afirmou Loureiro.

Questionado sobre o cenário de preços de aço cobrado pelas usinas, Loureiro disse que há rumores de eventual novo reajuste em janeiro. As siderúrgicas do Brasil têm elevado preços em até mais de 40% em alguns tipos de ligas desde meados do ano, causando queixas do setor industrial.

Os produtores alegam que sofrem incrementos de preços de insumos como minério de ferro, aliados à volatilidade do câmbio, por isso não podem deixar de repassar os reajustes.

(Por Alberto Alerigi Jr.; edição Paula Arend Laier)