De R$620,5 bi em medidas para Covid-19, R$31,6 bi afetarão primário de 2021, diz Economia
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Economia indicou nesta terça-feira que as medidas para enfrentamento à pandemia de Covid-19 terão impacto primário de 620,5 bilhões de reais, sendo que 31,6 bilhões de reais --ou 5,1% do total-- vão afetar o resultado primário do ano que vem.
O montante que ficará para 2021 inclui os 20 bilhões de reais em créditos extraordinários para campanha de vacinação contra o coronavírus.
Em apresentação, a pasta indicou que 588,9 bilhões de reais (ou 8,15% do Produto Interno Bruto) afetarão o rombo primário deste ano, ao passo que os 31,6 bilhões de reais restantes (0,4% do PIB) vão afetar os dados do ano que vem.
Os cálculos consideraram uma contração da economia brasileira de 4,5% em 2020 e alta de 3,2% em 2021.
Quando propôs a adoção de uma nova meta de resultado primário para o próximo ano, de déficit de 247,118 bilhões de reais para o governo central, a equipe econômica já havia reconhecido o impacto negativo de reaberturas e pagamento de restos a pagar de créditos extraordinários abertos em 2020 para combate à pandemia.
Nesta terça-feira, a pasta especificou que, além da campanha de vacinação, os 31,6 bilhões de reais que vão ficar para 2021 contemplam restos a pagar de 7,7 bilhões de reais associados à secretaria de Trabalho e Previdência, 3 bilhões de reais para a Saúde (entre reabertura de créditos e restos a pagar) e 900 milhões de reais em restos a pagar para o Ministério da Cidadania.
Em relação aos indicadores fiscais neste ano, a projeção para o déficit primário do governo central passou a ser de um rombo de 831,8 bilhões de reais ou 11,5% do PIB. No fim de novembro, essa expectativa era de 11,7% do PIB.
Para o setor público consolidado, o governo prevê agora um rombo primário de 844,2 bilhões de reais, ou 11,7% do PIB, contra 11,9% do PIB no mês anterior.
A dívida bruta deve encerrar o ano em 93,3% do PIB (94,4% antes), e a dívida líquida em 66,5% do PIB (percentual que não mudou), indicou ainda o Ministério da Economia.
(Por Marcela Ayres)
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