Boeing terá de pagar US$2,5 bi para encerrar investigação criminal nos EUA sobre quedas do MAX
Por David Shepardson e Eric M. Johnson e Tracy Rucinski
WASHINGTON/SEATTLE/CHICAGO, Estados Unidos (Reuters) - A Boeing terá de pagar mais de 2,5 bilhões de dólares em multas e compensações após acordo para encerrar investigação criminal contra a empresa aberta pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre a queda de dois 737 MAX que mataram 346 pessoas.
O acordo inclui uma multa de 243,6 milhões de dólares, compensações às companhias aéreas de 1,77 bilhão e 500 milhões para a criação de um fundo de apoio às vítimas após a empresa ter sido acusada de conspirar para acobertar falhas no design da aeronave.
A Boeing afirmou que vai registrar um encargo de 743,6 milhões de dólares no resultado do quarto trimestre do ano passado para refletir o acordo.
O acordo com o Departamento de Justiça, anunciado depois do fechamento dos mercados acionários na quinta-feira, encerra uma investigação de 21 meses sobre o projeto e desenvolvimento do 737 MAX após as duas quedas, na Indonésia e na Etiópia em 2018 e 2019, respectivamente.
As quedas "expuseram conduta fraudulenta de funcionários de uma das maiores fabricantes de aviões do mundo", afirmou o procurador-geral em exercício, David Burns, em comunicado.
As quedas das aeronaves custaram à Boeing cerca de 20 bilhões de dólares.
Analistas citaram que o valor de compensação de 1,77 bilhão de dólares já estava coberto por provisões contábeis e que parte já foi paga. "Em cerca de 0,5% do valor atual de mercado da Boeing, esta porção dos pagamentos não deve ser uma questão significativa para as ações da empresa", disse o analistas Douglas Harned, da Bernstein.
O 737 MAX foi proibido de voar entre março de 2019 e novembro do ano passado. A proibição foi retirada depois que a Boeing promoveu atualizações na aeronave e melhoria no programa de treinamento de pilotos.
(Por David Shepardson, Eric Johnson e Tracy Rucinski)
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