Maia diz que governo não terá orçamento para promessas pela sucessão da Câmara
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta quarta-feira a interferência do governo na sucessão do comando na Casa e disse que será "muito difícil" encaixar no Orçamento as promessas do Executivo de liberação de emendas a parlamentares.
Para Maia, não há espaço fiscal para cumprir os compromissos do governo e do candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL) assumidos na negociação pela sucessão da Casa.
"Pela conta que eu fiz, e pelo Orçamento que nós teremos para 2021, pelo que eu vi que o governo está prometendo junto com seu candidato, vai dar pelo menos uns 20 bilhões de reais de emendas extraorçamentárias. Eu quero saber é em que Orçamento para o ano de 2021, com todo o problema do teto de gastos, que eles poderão cumprir, se vitoriosos, essa promessa", questionou Maia, em coletiva.
"Eu acho que cada dia que passa você vê que, as pessoas vão vendo, que vão acabar sendo enganadas nesse 'toma lá, dá cá'", alertou.
Maia e seu grupo lançaram a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara, mas Lira tem liderado a disputa. Por isso mesmo, o atual presidente da Casa trabalha para garantir que seu candidato force um segundo turno, mas para isso precisa debelar rachas internos em partidos que já haviam declarado apoio ao emedebista.
Dentre as siglas divididas está o próprio DEM, de Maia. O deputado garante, no entanto, que a situação foi resolvida e a legenda deve entregar a maioria dos votos a seu candidato. Mas Baleia enfrenta resistência em outros partidos.
Daí a crítica incisiva à movimentação do governo, negocia cargos e emendas para angariar apoio.
"Uma coisa é a formação de uma base e com essa base você governar com os partidos que fazem parte dessa base. A outra coisa é você ser minoria na Câmara e no processo eleitoral tentar construir uma maioria baseado na troca de cargos e emendas", declarou Maia.
O atual presidente da Câmara, que deixa o posto na próxima semana, acrescentou ser impossível a qualquer "burocrata" ou até mesmo ao presidente da República assinar a sanção de qualquer peça orçamentária sem que haja, antes, a aprovação da chamada PEC emergencial, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Senado que traz gatilhos para o teto de gastos.
Maia vem insistentemente defendendo a aprovação da proposta e acredita que ela precisa ser votada antes da Lei Orçamentária de 2021.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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