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Atividade manufatureira dos EUA desacelera; gastos com construção têm forte alta

01/02/2021 14h10

WASHINGTON (Reuters) - A atividade manufatureira dos Estados Unidos desacelerou ligeiramente em janeiro, enquanto uma medida dos preços pagos pelas fábricas por matérias-primas e outros insumos saltou para seu nível mais alto em quase dez anos, fortalecendo as expectativas de que a inflação avançará este ano.

A moderação na atividade relatada pelo Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) nesta segunda-feira refletiu uma alta nas infecções por Covid-19, causando escassez de mão de obra nas fábricas e seus fornecedores, o que "continuará a restringir a expansão da economia industrial até que a crise do coronavírus recue", disse o ISM. A indústria e o mercado imobiliário estão ancorando a recuperação econômica norte-americana diante da pandemia.

"É outro lembrete, não que precisemos de um, de que a distribuição de vacinas ainda tem um longo caminho a percorrer antes de que a Covid perca seu posto como o maior risco para o crescimento econômico", disse Chris Low, economista-chefe da FHN Financial.

O índice de atividade industrial nacional do ISM caiu para uma leitura de 58,7 no mês passado, ante 60,5 em dezembro. Leitura acima de 50 indica expansão da manufatura, que responde por 11,9% da economia dos EUA. Economistas consultados pela Reuters previam uma leitura de 60 em janeiro.

O ISM revisou os dados que remontam a 2012. Dezesseis setores, incluindo equipamentos elétricos, eletrodomésticos, maquinário, metais primários e produtos químicos, avançaram em janeiro. Impressão e atividades de suporte e indústrias de produtos de petróleo e carvão recuaram.

Em um relatório separado divulgado nesta segunda-feira, o Departamento de Comércio dos EUA disse que os gastos com construção saltaram 1,0%, a 1,490 trilhão de dólares, o nível mais alto desde o início da série em 2002. Isso se seguiu a um salto de 1,1% em novembro.

Os gastos com construção, que representam cerca de 4% do Produto Interno Bruto, foram impulsionados por um salto de 1,2% em projetos de construção privada, já que hipotecas mais baratas e a migração para subúrbios e áreas de baixa densidade devido à pandemia sustentaram o investimento na construção de moradias para uma única família.

Os gastos com empreendimentos residenciais avançaram 3,1%. Mas os gastos com construção não residencial, como exploração de gás e petróleo, caíram 1,7% em dezembro. Ainda assim, os gastos com estruturas não residenciais se recuperaram no quarto trimestre, após quatro quedas trimestrais consecutivas.

Os gastos com obras públicas subiram 0,5%. Os gastos dos governos estaduais e locais aumentaram 0,4%, enquanto os gastos do governo federal registraram alta de 1,3%.

(Reportagem de Lucia Mutikani)