Topo

Líder do governo na Câmara defende agenda econômica e diz que pauta social envolve ampliação do Bolsa Família

02/02/2021 17h13

Por Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Otimista com a eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara na véspera, o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu nesta terça-feira a agenda econômica e avisa que, para o Executivo, a agenda social implica em ampliação do Bolsa Família, e não em um novo auxílio emergencial, tema que já se desenha como possível foco de embates no Congresso.

Relacionadas

Barros listou, em reunião da liderança do governo, medidas como as privatizações e a autonomia do Banco Central como assuntos a serem tratados com prioridade, já no início dos trabalhos, além da discussão da reforma administrativa e a divulgação do parecer da reforma tributária.

Já na área social, a ideia é encontrar no Orçamento de 2021, ainda não votado, espaço fiscal para uma ampliação do escopo do Bolsa Família, isso em um contexto de pouquíssimo espaço fiscal e diante de promessas de liberação de recursos a emendas parlamentares por conta das eleições das Mesas da Câmara e do Senado.

“O cenário em análise é a ampliação do Bolsa Família. Votar o Orçamento é fundamental, é uma das matérias importantes do Congresso; precisamos votar o Orçamento e, dentro dele, encontrar espaço para ampliar o Bolsa Família, atendendo mais brasileiros”, disse Barros.

“As privatizações e a autonomia do Banco Central são matérias prioritárias que nós devemos enfrentar já no início dos trabalhos. Também são prioridades instalar a comissão da reforma administrativa e ver se publicamos o relatório da reforma tributária, para iniciar os debates na Casa. Aguardamos, do Senado, o Pacto Federativo e a PEC emergencial”, acrescentou o líder, referindo-se à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que traz gatilhos para o teto de gastos, a chamada PEC emergencial.

O Planalto percebeu a importância de ter aliados no comando das duas Casas do Legislativo e investiu pesado na articulação, que envolveu a negociação de emendas e de cargos. Conseguiu eleger Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado e Lira na Câmara, com uma ampla vantagem de votos.

Daí o otimismo de Barros em tocar a agenda econômica, necessária para sinalizar alguma organização em um ano que se desenha complicado, sem a ajuda das exceções abertas pela PEC do Orçamento de Guerra e ainda sem ter uma Lei Orçamentária aprovada.

“A agenda econômica é a autonomia do Banco Central, agora em princípio. Depois, a desindexação, descarimbar o dinheiro público, que é o Pacto Federativo. E os gatilhos que nós precisamos estabelecer para as despesas públicas serem contidas: precisamos conter a despesa e manter o teto de gastos”, declarou Barros, na reunião.

Mas mesmo diante da dificuldade fiscal, o governo terá de cumprir os compromissos assumidos com os parlamentares, que cobrarão sua fatura, dada a situação crítica do país por conta da crise do coronavírs e a antecipação do embate eleitoral de 2022.

Sobre um rearranjo ministerial --na semana passada o presidente Jair Bolsonaro chegou a mencionar a criação de três pastas a partir de secretarias, recuando depois disso--, Barros disse não ver “ambiente para reforma”, acrescentando que deve haver o “deslocamento” do atual ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, para a Secretaria-Geral da Presidência da República.

A pasta da Cidadania é uma das visadas pelo grupo que negociou com o governo na campanha de sucessão da presidência da Câmara dos Deputados.

No caso da privatização da Eletrobras, tema que empacou no Senado, o líder avaliou que não haveria dificuldades “desde que asseguradas as proteções necessárias”, e diante de “um acordo que preserve os investimentos nas Regiões Norte e Nordeste, onde há um déficit de linhas de transmissão”.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu)

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Líder do governo na Câmara defende agenda econômica e diz que pauta social envolve ampliação do Bolsa Família - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Economia