Conab eleva previsão de soja do Brasil a 133,8 mi t; também vê recordes para milho
SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja do Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, deve atingir um recorde de 133,8 milhões de toneladas em 2020/21, projetou hoje a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), ao elevar levemente sua estimativa na comparação com a previsão de janeiro.
A Conab citou o atraso na colheita devido a problemas climáticos, mas ressaltou que chuvas melhoraram as perspectivas da safra.
"A partir de dezembro e durante janeiro houve a ocorrência de precipitações mais volumosas, propiciando condições mais adequadas para o encerramento do plantio nas diversas regiões, bem como a normalização no desenvolvimento das lavouras", disse a estatal em nota.
Com essa regularização do clima é esperada produção histórica, representando incremento de 7,2% em relação à safra passada.
As exportações de soja do Brasil em 2020/21 foram estimadas em cerca de 85,6 milhões de toneladas, praticamente estável projeção anterior.
A companhia estimou a colheita total de milho também em recorde de 105,5 milhões de toneladas, versus 102,3 milhões na previsão anterior, agora que passou a contabilizar dados de campo de produtores para a segunda safra, que atingirá uma área em máxima histórica de 14,36 milhões de hectares, alta de 4,4% na comparação anual, com bons preços incentivando o plantio.
Com isso, a produção de segunda safra, a maior do cereal no Brasil, foi vista em recorde de 80,08 milhões de toneladas, ante 76,76 milhões na previsão anterior.
A estimativa representa um aumento de 6,7% em comparação à safra passada.
A Conab também elevou a previsão de consumo de milho do Brasil 2020/21 a históricas 72,1 milhões de toneladas, com a forte demanda da indústria de carnes, ante 68,7 milhões na temporada passada, mantendo projeção de exportação a 35 milhões de toneladas.
A produção de algodão em pluma deve atingir 2,5 milhões de toneladas na temporada, de 2,65 milhões previstos anteriormente, queda de 16% ante a temporada passada, com uma redução de área de 13%.
"Há uma preocupação de que a janela ideal de plantio do algodão segunda safra fique comprometida em razão do atraso na colheita de soja. Além disso, os preços mais atrativos do milho nessa temporada podem levar o produtor a optar pelo cultivo do cereal em detrimento do algodão", disse a Conab, em referência ao Mato Grosso, maior produtor brasileiro.
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