Petrobras pode ter CEO interino por prazo legal de troca de comando, dizem fontes
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras poderá ser comandada por um interino durante o processo de transição do atual presidente Roberto Castello Branco para o indicado para o cargo, general Joaquim Silva e Luna, segundo duas fontes com conhecimento do processo.
O mandato de Castello Branco vence em 20 de março, mas não haveria tempo legal para a realização da assembleia de acionistas para confirmar Luna antes do dia 30.
Procurada, a Petrobras não comentou o assunto. As fontes não souberam afirmar quem poderia ficar no comando.
O general da reserva --indicado pelo presidente Jair Bolsonaro após atritos com o atual CEO sobre preços de combustíveis-- já iniciou contatos com a Petrobras para assinar e apresentar documentos que serão analisados e passarão pelos ritos de governança da estatal, segundo as fontes, que preferiram ficar no anonimato.
"Ele (Luna) já começou a recolher e assinar uma verdadeira pilha de documentos. Esse material deve ser entregue à Petrobras até sexta-feira", afirmou uma das fontes.
"Só após a entrega da documentação e análise dos papéis pelos comitês internos da empresa é que a assembleia extraordinária para indicar o nome do general para o conselho da empresa poderá ser convocada."
E, por força de lei, a assembleia tem que ocorrer num prazo de 30 dias após a convocação, segundo as fontes.
"Como imagina-se que a convocação será feita na semana que vem, a perspectiva é que a assembleia aconteça em 30 de março", disse uma segunda fonte.
"Com o nome aprovado, estima-se que o conselho de administração vai se reunir no dia seguinte e aprovar a indicação de Luna para o colegiado e consequentemente para presidência (executiva)", disse a primeira fonte.
Luna é atual diretor-presidente de Itaipu e pretende se desligar da binacional assim que tiver o nome aprovado pela Petrobras. Um outro general, João Francisco Ferreira, vai assumir o comando brasileiro da hidrelétrica.
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