Lira despenca para perto de mínima recorde após Erdogan demitir chefe do BC
Por Jonathan Spicer e Ezgi Erkoyun
ISTAMBUL (Reuters) - A lira da Turquia chegou a cair brevemente 15% nesta segunda-feira, para perto de sua mínima recorde, depois que o presidente Tayyip Erdogan surpreendeu no fim de semana e demitiu o presidente "hawkish" do banco central, provocando temores de uma reversão das recentes altas dos juros.
Sahap Kavcioglu, ex-banqueiro e parlamentar do partido governista que compartilha da visão não ortodoxa de Erdogan de que os juros altos podem alimentar a inflação, foi o terceiro chefe de banco central a ser abruptamente colocado no cargo pelo presidente desde meados de 2019.
Kavcioglu buscou acalmar as preocupações dos investidores com uma forte virada do aperto da política monetária, dizendo a presidentes de bancos no domingo que não planeja nenhuma mudança imediata, disse uma fonte à Reuters.
A demissão de demitir Naci Agbal reafirmou o controle político que por anos afetou a visão dos investidores estrangeiros sobre a economia do país.
Analistas disseram que Kavcioglu deve reverter as altas da taxa de juros que Agbal implementou para sustentar a conta de capital da Turquia e suas reservas estrangeiras cada vez menores.
O analista do Société Générale Phoenix Kalen disse que a medida deixou a Turquia "além do ponto em que não há retorno" e previu "turbulência financeira".
A lira caiu brevemente a 8,4850 em relação ao dólar de 7,2185 na sexta-feira, perto de sua mínima recorde intradia de 8,58 vista em novembro passado, antes de Agbal ser escolhido.
A moeda recuperou cerca de metade de suas perdas depois que o ministro das Finanças, Lutfi Elvan, disse que a Turquia continuará seguindo as regras do mercado livre, e a lira era cotada a 7,95 em relação ao dólar, queda de 9% --e valendo cerca de metade do que valia antes da última crise, em meados de 2018.
Erdogan demitiu Agbal dois dias depois de uma alta de dois pontos percentuais na taxa de juros para conter a inflação de quase 16% e sustentar a lira, que subiu 3% em resposta.
Em menos de cinco meses no cargo, Agbal elevou a taxa de juros em quase 9 pontos, para 19%, e retomou alguma credibilidade.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.