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XP reduz em US$5,7 bi estimativa de preço máximo de venda de 6 refinarias da Petrobras

Tanques e dutos da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais (MG), considerada no novo cálculo - Geraldo Falcão/Petrobras/Divulgação
Tanques e dutos da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais (MG), considerada no novo cálculo Imagem: Geraldo Falcão/Petrobras/Divulgação

Marta Nogueira

05/04/2021 15h32

Analistas da XP reduziram em 5,7 bilhões de dólares a estimativa de preço máximo para a venda de seis refinarias da Petrobras, ao revisarem seus cálculos depois que a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, foi vendida por valor abaixo das expectativas do mercado.

No novo cálculo, que considera alguns riscos relacionados a preços de combustíveis para os futuros donos das refinarias, a XP estima que as refinarias Rnest, Repar, Refap, Regap, Reman e Lubnor têm valor entre 3,5 bilhões e 4,8 bilhões de dólares, ante previsão anterior de 7,9 bilhões a 10,5 bilhões de dólares, apontou relatório publicado nesta segunda-feira.

Esses valores não incluem a Rlam, que é considerado o principal e mais valioso ativo à venda, além da SIX (unidade de industrialização de xisto, no Paraná).

Os fatores que pesaram na revisão, segundo a corretora, foram risco de se investir em países emergentes, riscos relacionados à liberdade para praticar preços de combustíveis no país e o tempo em operação das refinarias da Petrobras, cinco delas construídas entre 1957 e 1977.

Segundo a XP, investidores podem atribuir um prêmio de risco mais alto considerando que a manutenção de preços domésticos de combustíveis alinhados a valores internacionais é um fenômeno muito recente no Brasil, iniciado em 2016.

"Nossos leitores certamente vão se recordar que a prática de uma política de preços alinhada com referências internacionais de preços de petróleo e câmbio não ocorreu sem seus percalços, conforme observado tanto na Greve dos Caminhoneiros de maio de 2018, como nos eventos recentes de fevereiro de 2021 que culminaram na substituição do Sr. Roberto Castello Branco como CEO da Petrobras", disse a XP.

A partir das novas premissas, a XP estimou também valores entre 1,58 bilhão e 2,13 bilhões de dólares para a Rlam (mais antiga refinaria da Petrobras, inaugurada em 1950) —o valor final da operação de venda da Petrobras para o Mubadala foi de 1,65 bilhão de dólares, mais perto do piso do intervalo.

Na previsão anterior, a XP via o preço da Rlam variando entre 3,6 e 4,7 bilhões de dólares.

A Petrobras se comprometeu a vender oito de suas refinarias, que representam metade da capacidade de refino do Brasil, como parte de um plano no governo federal para quebrar o monopólio no setor. Além disso, a empresa busca atualmente focar os seus esforços no pré-sal, abrindo mão de ativos em outros segmentos.

O conselho da petroleira aprovou a venda da Rlam, primeira refinaria a ter um acordo fechado, em 8 de fevereiro.

O valor de venda da Rlam está agora passando por uma análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que decidirá nesta semana se haverá necessidade de suspender a operação, segundo comunicou o ministro Walton Alencar Rodrigues durante sessão plenária na quarta-feira da semana passada.

O ministro pontuou que a própria estatal havia estimado o valor da Rlam em 3,04 bilhões de dólares.