Governo não prevê racionamento de energia, diz ministro, que pede economia
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo brasileiro não trabalha com hipótese de racionamento de energia em meio à crise hídrica, mas por conta de um maior despacho de eletricidade termelétrica o consumidor pagará mais, disse nesta quinta-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
As afirmações vêm em momento em que o governo trabalha em diversas frentes para garantir o abastecimento elétrico do país, diante de uma grave crise hidrológica, após o país ter registrado a pior estação chuvosa para as hidrelétricas em mais de 90 anos.
"Não trabalhamos com a hipótese de racionamento", declarou o ministro.
Dentre as medidas preventivas em curso para evitar falta de energia, o Organizador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou anteriormente flexibilização das restrições hidráulicas nas bacias dos rios São Francisco e Paraná, aumento da geração térmica, importação de energia da Argentina e do Uruguai, dentre outras.
Mas algumas medidas acabam por elevar o preço da energia ao consumidor, conforme pontuou Albuquerque nesta quinta-feira.
"No momento, em face da escassez hídrica, gerações de energia como térmica e outras vão aumentar o custo ao consumidor...", acrescentou, citando que o governo tem que despachar eletricidade mais cara para compensar o baixo nível das hidrelétricas.
Albuquerque disse ainda, em entrevista à Globonews, que a capitalização da Eletrobras, cujo projeto está pautado para ser votado nesta quinta-feira no Senado, é importante para que consumidores tenham menores custos.
CAMPANHA PARA ECONOMIZAR
Embora tenha negado um racionamento de energia, o ministro chamou a atenção para a necessidade de se economizar eletricidade. Além disso, disse que uma campanha do governo para economia e uso consciente de energia, iniciada em dezembro, está sendo intensificada.
"Se sai de um ambiente, desliga a luz. Se pode não ligar o ar condicionado, não ligue o ar condicionado, procure usar a energia em casos extremamente necessários", destacou.
"Temos todos que ter essa consciência para que não só economizemos no sentido do uso de energia, mas também na conta que vamos pagar no fim do mês."
Além de trabalhar junto ao setor de comunicação do governo para a ampliação da campanha para uso consciente da energia, o ministério conversa ainda com associações de consumidores e distribuidores de energia para que haja informações na conta de luz, com orientações em prol da redução do consumo.
(Por Marta Nogueira)
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