Aras nega omissão em combate à pandemia e diz ter cuidado para não criminalizar política
O procurador-geral da República, Augusto Aras, negou nesta terça-feira ter sido omisso em sua função no enfrentamento à pandemia de coronavírus no país e destacou ter cuidado em sua conduta para não criminalizar a política.
Em meio a críticas de omissão, Aras disse que não faltou atuação da PGR nos 18 meses de combate à pandemia, citando uma série de informações e iniciativas tomadas no período.
Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para ser reconduzida ao cargo por mais dois anos, o procurador-geral citou que reafirmava seu compromisso de cumprir a Constituição e fará dessa forma quando receber o relatório final dos trabalhos da CPI da Covid.
A comissão de inquérito, de maioria oposicionista ao governo, pode responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro por falhas no enfrentamento à pandemia. Caberá ao procurador-geral — após receber o relatório — decidir se usará essas conclusões para mover ações judiciais.
Independente
Indicado ao cargo por Bolsonaro e acusado por críticos de não agir contra o presidente como deveria, Aras fez questão de tentar demonstrar em sua fala uma atuação independente.
"Não se trata de um procurador-geral leal a governo nenhum, se trata de um procurador leal à Constituição", disse ele.
Aras citou uma série de iniciativas tomadas perante o Supremo em desfavor de Bolsonaro e do governo dele. Mas citou que, embora tenha demonstrado ter tomado posições contrários ao governo, não é "procurador da oposição".
O procurador-geral ressalvou que há um cuidado permanente para não criminalizar e não judicializar a política.
Novamente, Aras defendeu o atual sistema de votação por meio de urnas eletrônicas, alvo de reiteradas críticas de Bolsonaro. Citou que o vice-procurador-geral eleitoral já se manifestou pela "idoneidade" do sistema utilizado.
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