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JPMorgan corta a zero estimativa para crescimento de PIB do Brasil em 2022; vê retração do 2º ao 4º tri

A variação zero da atividade no ano que vem vai se dar em meio a um salto do juro real para 6%, diante da perspectiva de aumento da Selic a 11,25% - Getty Images/iStockphoto
A variação zero da atividade no ano que vem vai se dar em meio a um salto do juro real para 6%, diante da perspectiva de aumento da Selic a 11,25% Imagem: Getty Images/iStockphoto

José de Castro

26/10/2021 12h19

O JPMorgan baixou a zero a estimativa de crescimento da economia brasileira em 2022, ante taxa de 0,9% no cenário anterior, citando pressão sobre a atividade decorrente de "eventos recentes e decisões de política".

A variação zero da atividade no ano que vem vai se dar em meio a um salto do juro real para 6%, diante da perspectiva de aumento da Selic a 11,25% pela deterioração nas expectativas inflacionárias. O JPMorgan vê a taxa de 6% de juro real como "significativamente acima" da taxa neutra, que, pelos cálculos de profissionais do banco, provavelmente superou 3% devido à "perda de credibilidade da política fiscal".

"O renovado estímulo fiscal anunciado pelo governo deve, em certa medida, amortecer o entrave ao crescimento econômico no curto prazo, mas as condições financeiras mais apertadas e, sobretudo, crescentes incertezas políticas em nossos cálculos mais do que compensam esse efeito", disseram Cassiana Fernandez (economista-chefe do banco no Brasil) e Vinicius Moreira (economista) em relatório divulgado na noite de segunda-feira.

Os economistas agora preveem retração do PIB do segundo ao quarto trimestres de 2022, para os quais antes estimavam desaceleração do crescimento abaixo do potencial, mas ainda com leituras positivas.

O JPMorgan vê expansão de 5% para a economia em 2021, ante 5,1% do prognóstico anterior, que ainda geraria carrego estatístico positivo de 0,4% para a taxa de crescimento de 2022, mas insuficiente para levar o PIB do ano que vem ao terreno positivo.

"Isso significa que tanto o consumo doméstico quanto o investimento provavelmente sofrerão e se desviarão da tendência de crescimento pré-Covid, que já era fraca pelos padrões históricos e quando comparada com outros países emergentes", finalizaram os economistas.