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XP piora estimativas e passa a ver PIB parado em 2022

Anteriormente, XP previa crescimento do PIB brasileiro em 0,8% no ano que vem - RHJ/iStockphoto/Getty Images
Anteriormente, XP previa crescimento do PIB brasileiro em 0,8% no ano que vem Imagem: RHJ/iStockphoto/Getty Images

Em São Paulo

03/12/2021 11h49Atualizada em 03/12/2021 14h14

A XP reduziu as estimativas para o crescimento econômico do Brasil tanto em 2021 quanto em 2022, passando a ver variação nula no ano que vem, diante de um cenário de restrições de oferta e aumento da inflação no país.

Em relatório divulgado hoje, a XP passou a ver a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano em 4,5%, 0,5 ponto percentual abaixo da estimativa anterior.

E, para 2022, a perspectiva passou a ser de variação zero, contra alta de 0,8% prevista antes.

"Nossas projeções já incorporam os efeitos contracionistas do aperto da política monetária, a elevação das incertezas sobre o quadro fiscal e o ambiente político, além de um ritmo mais moderado de crescimento da economia global", explicou a XP.

De acordo com a equipe que assina o relatório, o desempenho no ano que vem só não será ainda mais fraco porque há perspectivas favoráveis para a produção agropecuária, normalização gradual no fornecimento de insumos e expansão da população empregada.

Por outro lado, os investimentos totais devem registrar contração em 2022, refletindo a elevação das taxas de juros — diante de uma inflação elevada, o Banco Central tem aumentado a Selic, que está em 7,75% ao ano.

A revisão das perspectivas vem após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgar na véspera que o PIB do terceiro trimestre registrou contração de 0,1% no terceiro trimestre, levando a economia a uma recessão técnica.

A XP ainda estima crescimento de 0,3% do PIB no quarto trimestre de 2021 em relação aos três meses anteriores, devido à expansão do nível de emprego, à retomada do setor de serviços e à leve melhoria da produção industrial.

"Os gargalos nas cadeias de suprimentos e a elevação acentuada dos custos continuam a prejudicar o setor industrial, que encara níveis reduzidos de estoques e muitas incertezas acerca da normalização no fornecimento de insumos", destacou o relatório.

"Por sua vez, a inflação persistentemente alta e disseminada tem limitado o poder de compras das famílias e, dessa forma, explica parte relevante da contração do comércio varejista no trimestre passado", completou.

A XP calcula que o IPCA, o principal índice brasileiro de inflação, vai terminar 2021 em 10,2% e 2022 em 5,2%, com ambas as taxas acima do teto do intervalo de tolerância para a meta.