Bolsonaro usa guerra na Ucrânia para defender projeto de mineração em terras indígenas
O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira, sob o argumento de que há risco de desabastecimento de fertilizantes no Brasil por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia, a aprovação no Congresso de projeto que permite a mineração em reservas indígenas.
Bolsonaro, que há cerca de duas semanas chegou a visitar a Rússia para negociar o suprimento de fertilizantes, já vinha destacando em declarações públicas que o Brasil possui reservas de potássio, utilizado em fertilizantes, mas em reservas indígenas.
"Com a guerra Rússia/Ucrânia, hoje corremos o risco da falta do potássio ou aumento do seu preço. Nossa segurança alimentar e agronegócio (Economia) exigem de nós, Executivo e Legislativo, medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância", publicou o presidente em seu perfil do Twitter.
"Nosso Projeto de Lei n° 191 de 2020, 'permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas'. Uma vez aprovado, resolve-se um desses problemas", acrescentou Bolsonaro.
A ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina afirmou esta quarta-feira que os estoques de fertilizantes do país devem durar até outubro, quando se intensifica o plantio da safra de grãos de verão.
O Brasil importa cerca de 85% do seu consumo de fertilizantes, incluindo potássio, que enfrenta um "gargalo" maior em função do conflito e de sanções ocidentais a Belarus, importante produtor. No caso dos potássicos, as compras externas do país somam 96% do consumo.
Tanto os bielorrussos quanto os russos são grandes fornecedores de potássio ao Brasil, mas há restrições geopolíticas e as sanções aplicadas pelo Ocidente a Moscou.
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