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Há demanda crescente por produtos brasileiros a preços maiores, diz subsecretário da Economia

Ministério revisou fortemente a projeção para o resultado da balança comercial em 2022, a um superávit recorde de 111,6 bilhões de dólares, ante projeção de 79,4 bilhões de dólares feita em janeiro - Divulgação/Anea
Ministério revisou fortemente a projeção para o resultado da balança comercial em 2022, a um superávit recorde de 111,6 bilhões de dólares, ante projeção de 79,4 bilhões de dólares feita em janeiro Imagem: Divulgação/Anea

Bernardo Caram

01/04/2022 16h11Atualizada em 01/04/2022 17h46

O governo melhorou as projeções para as exportações do Brasil em 2022 diante de uma demanda crescente por produtos brasileiros a preços maiores, com salto de cotações após o conflito na Ucrânia, disse o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.

Nesta sexta-feira, o ministério revisou fortemente a projeção para o resultado da balança comercial em 2022, a um superávit recorde de 111,6 bilhões de dólares, ante projeção de 79,4 bilhões de dólares feita em janeiro. A estimativa para as exportações foi elevadas de 284,3 bilhões de dólares para 348,8 bilhões de dólares.

"O conflito entre Rússia e Ucrânia levou a um aumento de preços e gera expectativa de valor exportado maior", disse Brandão em entrevista à imprensa, ressaltando que o principal fator para a revisão das projeções foi o fluxo de comércio observado até agora.

"Há demanda crescente por produtos brasileiros a preços maiores, o que fará com que a receita de exportação cresça".

O aumento nas cotações de mercadorias, que já vinha ocorrendo e se acentuou após o início do conflito no leste europeu, influenciou os dados de março. No mês, houve alta de 33,4% no preço dos produtos agropecuários exportados e de 19,3% na indústria de transformação, na comparação com março de 2021.

De acordo com o subsecretário, a pasta não observou efeito da guerra diretamente sobre o comércio com a Rússia. Em março, houve alta de 54% no valor das exportações e de 71%, das importações.

Por outro lado, o valor das vendas para a Ucrânia caiu 49%, enquanto as importações recuaram 59%. Os técnicos da pasta ressaltaram que o fluxo de comércio com os dois países é pequeno e tem baixo impacto sobre a balança brasileira.